Em mais uma análise baseada no populismo que tem caracterizado a sua vida política, Donald Trump referiu-se ao ataque com uma viatura que fez pelo menos 15 vítimas mortais por atropelamento em Nova Orleães, considerado um atentado pelas autoridades, como um sinal da imigração desregulada "de portas aberta" que permite a entrada nos Estados Unidos de qualquer "verme violento". A acusação do presidente eleito surge já depois de se saber a identidade do atacante, um militar veterano do exército norte-americano.
“O Departamento de Justiça, o FBI e os procuradores democratas (...) passaram o tempo a atacar ilegalmente o seu adversário político, EU, em vez de se concentrarem em proteger os americanos dos vermes violentos de fora e de dentro que se infiltraram em todas as áreas do Estado e no nosso próprio país”.
Na ressaca de mais um ataque em massa nos Estados Unidos, Trump escreveu que é isto “o que se passa quando temos as FRONTEIRAS ABERTAS aliado a uma liderança fraca, ineficaz e praticamente inexistente”, escreveu Trump na sua rede social já hoje, dizendo que os Estados Unidos são “a chacota do mundo inteiro”.
“Com a política de Biden de ‘fronteiras abertas’, avisei muitas vezes nos meus comícios que o terrorismo islâmico radical, e outras formas de crime violento, se tornariam tão graves nos Estados Unidos que iria ser difícil de imaginar ou acreditar”, escreveu também Trump esta manhã.
Donald Trump faz esta leitura um dia depois do atropelamento como uma viatura em Nova Orleães da qual resultaram já 15 vítimas mortais e estando identificado o condutor e responsável pelo ataque – considerado pelas autoridades um atentado terrorista (uma bandeira do Estado Islâmico foi encontrada na viatura) – como Shamsud-Din Jabbar, um cidadão americano de 42 anos nativo do Texas que serviu no exército americano e esteve destacado entre 2009 e 2010 no Afeganistão.
“Os criminosos que chegam [aos Estados Unidos] são bem piores do que os criminosos que temos no nosso país”, mantém Trump num discurso em linha com a sua cartilha política.
A agência France Presse lembra que após a vitória nas eleições de novembro passado, o ex-presidente e agora presidente eleito fez saber que assim que tomasse posse do cargo mais alto da Casa Branca, o que acontecerá no próximo dia 20 de janeiro, declararia de imediato o estado de emergência nacional, o que lhe permitirá usar as Forças Armadas para colocar em prática o anunciado plano de deportação de cerca de 13 milhões de imigrantes ilegais.
FBI acredita que autor agiu sozinho
O FBI indicou numa conferência de imprensa esta quinta-feira que Shamsud-Din Jabbar terá agido sozinho: “Não acreditamos neste momento que mais alguém esteja envolvido neste ataque além de Shamsud-Din Jabbar”, que acabaria por ser mortalmente atingido a tiro pela polícia depois, após os atropelamentos, de ter deixado a viatura de arma em mão e a disparar.
O alegado autor do ataque também colocou duas bombas artesanais no bairro francês da cidade, onde multidões se aglomeravam para celebrar o Ano Novo, segundo Christopher Raia, elemento do FBI.
“Obtivemos vídeos de vigilância que mostram [o suspeito] a colocar os dispositivos onde foram encontrados”, explicou Raia.
Shamsud-Din Jabbar proclamou em vários vídeos o seu apoio ao grupo Estado Islâmico, ao qual teria aderido, segundo o próprio indicou. Na sua conta de Facebook há cinco vídeos nos quais afirma que os planos iniciais consistiam em atacar a família e amigos.