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Ataques em Khan Younis cada vez mais intensos enquanto Netanyahu visita EUA

por Joana Raposo Santos - RTP
Foto: Hatem Khaled - Reuters

Os médicos do maior hospital da cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, dizem não ter mãos a medir perante a quantidade de feridos vítimas dos ataques israelitas, cada vez mais intensos. Entretanto, Washington está a ser palco de protestos devido à visita do primeiro-ministro israelita, registando-se já várias detenções.

“Não há espaço para mais pacientes. Não há espaço nas salas de operações. Há falta de material médico, por isso não podemos salvar os nossos doentes”, lamentou o diretor do hospital Nasser em declarações à AFP.

O gabinete das Nações Unidas para os assuntos humanitários confirmou que o hospital está a enfrentar "uma nova afluência de vítimas em massa, assim como uma terrível falta de unidades de sangue, material médico e camas hospitalares".

Segundo as autoridades de saúde da Palestina, desde que as forças israelitas lançaram uma nova invasão terrestre a Khan Younis, mais de 70 pessoas já morreram e mais de 200 ficaram feridas.

Os militares israelitas descreveram as ações no terreno como "combates a curta distância". No entanto, após meses de ataques aéreos, Khan Younis já se encontra reduzida a pouco mais do que destroços.
“Gaza acabou, Gaza está morta, Gaza desapareceu. Não sobrou nada, nada”, lamentou à AFP um habitante forçado a retirar-se.
As organizações de ajuda humanitária receiam que as últimas ordens de evacuação das forças israelitas, que afetam cerca de 400 mil pessoas em Khan Younis e em partes da zona costeira de al-Mawasi, estejam a forçar as pessoas a regressar a zonas inseguras.

“A nova ordem de evacuação dada pelos militares israelitas abrange cerca de 8,7 quilómetros quadrados na chamada zona humanitária da área de al-Mawasi, em Khan Younis, diminuindo a área dessa zona em quase 15 por cento”, afirmou a ONU.

Alguns habitantes disseram à agência Reuters que os tanques de Telavive já avançaram para Bani Suhaila, uma cidade na periferia de Khan Younis, com soldados a fazerem buscas num cemitério e outros a ocuparem telhados de edifícios altos, disparando ocasionalmente.

A UNRWA, agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, estima que mais de 80 por cento da área total da Faixa de Gaza tenha sido alvo de ordens de evacuação ou designada como zona interdita, deixando os habitantes sem saber para onde se dirigirem.
Netanyahu em Washington
Entretanto, Washington está a ser palco de protestos devido à visita do primeiro-ministro israelita, registando-se já várias detenções. Benjamin Netanyahu discursa esta quarta-feira no Congresso, encontra-se na quinta-feira com Joe Biden e estará na sexta-feira com Donald Trump.

Nas primeiras 24 horas nos Estados Unidos, o líder israelita teve vários encontros com famílias de reféns raptados pelo Hamas a 7 de outubro, nos quais afirmou que estavam a ser feitos progressos na negociação para uma troca de prisioneiros dos restantes 120 reféns, como parte de um acordo de cessar-fogo.

Com Joe Biden ainda recolhido devido à infeção por covid-19, a vice-presidente e agora provável substituta do presidente na corrida eleitoral, Kamala Harris, ficou responsável por receber Netanyahu.

Biden apenas receberá o líder israelita na quinta-feira. Um dia depois, o candidato presidencial republicano Donald Trump vai estar com o primeiro-ministro israelita na sua residência em Palm Beach, Florida.

"Estou ansioso para dar as boas-vindas a Bibi Netanyahu em Mar-a-Lago", escreveu o ex-presidente dos EUA na sua rede social Truth Social. O encontro será o primeiro desde o final da presidência de Trump, durante a qual os dois homens criaram laços estreitos, e surge numa altura de tensão entre Netanyahu e Biden devido à guerra de Israel em Gaza.

c/ agências
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