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Ataque no norte de França. Professor morre esfaqueado em escola de Arras

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
A polícia e os bombeiros franceses trabalham depois de um professor ter sido morto e duas pessoas terem ficado feridas num ataque com faca no liceu Lycee Gambetta-Carnot em Arras, no norte de França, a 13 de outubro Pascal Rossignol - Reuters

Um homem armado com uma faca matou esta sexta-feira de manhã um professor e feriu com gravidade outras duas pessoas num liceu em Arras, em Pas-de-Calais, no norte de França. O atacante, de origem chechena, estava já referenciado pelas autoridades francesas e terá gritado "Allahu Akbar", "Deus é grande".

O presumível agressor foi detido pela polícia, confirmou na rede social X, ex-Twitter, o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin. O alegado autor do crime, de 20 anos, é de origem chechena e já estava referenciado pelas autoridades. Também o seu irmão de 17 anos terá sido detido perto de outro estabelecimento escolar.


Segundo fontes policiais, nenhum estudante ficou ferido, sendo uma das vítimas um professor e a outra um segurança que terá sido esfaqueado várias vezes, e se encontra "gravemente ferido, entre a vida e a morte", segundo contou uma fonte próxima à agência France Presse (AFP). No local foi montado um grande perímetro de segurança e os alunos e funcionários estão confinados dentro do liceu Gambetta-Carnot, em Arras. O ministro da Educação francês, Gabriel Attal e o ministro do Interior Gérald Darmanin apelaram esta manhã a um reforço imediato da segurança em todas as escolas do país.

A Procuradoria Antiterrorismo de França assumiu a investigação das acusações de "homicídio ligado a uma ação terrorista", "tentativa de homicídio ligada a uma ação terrorista" e "conspiração terrorista para preparar crimes contra a pessoa", segundo informação avançado pelo canal francês BFMTV

Segundo fonte da polícia francesa, até ao momento nada aponta para uma ligação entre o ataque e a atual situação em Israel.

O presidente francês Emmanuel Macron, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, e o ministro da Educação, Gabriel Attal, visitarão o local, segundo o Palácio do Eliseu. Em solidariedade com as vítimas do ataque, a Assembleia Nacional suspendeu os seus trabalhos.
Reações políticas de condenação e apoio às vítimas
Várias figuras da política nacional francesa, dos vários quadrantes, utilizaram as redes sociais para enviar mensagens de apoio às vítimas e para condenar o ataque desta sexta-feira. 

“Mais uma vez, um símbolo da República, num estabelecimento da República, foi atingido por um ato de terrorismo”, reagiu François Hollande, na sua conta da rede social X.


O antigo presidente francês acrescentou: “Os meus pensamentos vão para as vítimas, para as suas famílias e para o pessoal docente e educativo que está a viver o indescritível”

François Hollande afirmou que era é importante ficar “unidos” e “não ceder ao fanatismo”.

Também o líder da esquerda França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, denunciou um "ataque assassino contra os professores", "três anos após o desprezível assassínio terrorista de Samuel Paty".


Mélenchon expressou o seu "choque e repulsa" e enviou as suas "condolências emocionais aos familiares da vítima falecida".


O líder do partido da extrema-direita francês Rassemblement National (RN), Jordan Bardella, apresentou as condolências à família do professor que foi morto e às restantes vítimas e afimou que “tudo deve ser feito para erradicar o islamismo, os seus soldados e os seus representantes”.

O ataque desta sexta-feira ocorre quase três após o assassínio do professor francês Samuel Paty, a 16 de outubro de 2020, junto à escola secundária de Conflans-Sainte-Honorine, perto de Paris, depois de ter mostrado aos seus alunos caricaturas de Maomé em aulas sobre liberdade de expressão.

c/ agências
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