Ataque israelita no Líbano mata número dois do Hamas

por RTP

Saleh al-Arouri, um alto funcionário do Hamas, foi morto esta terça-feira num ataque israelita em Dahiyeh, nos subúrbios de Beirute. A informação, avançada pelas agências internacionais, foi entretanto confirmada pelo movimento islamita palestiniano.

"Martírio do vice-presidente do gabinete político do Hamas, sheikh Saleh al-Arouri, num ataque sionista em Beirute", adiantou o Hamas. Saleh al-Arouri foi um dos fundadores da ala militar do Hamas, tendo sido responsável pela presença do grupo na Cisjordânia. 

De acordo com a agência France-Presse, o vice-líder do Hamas foi morto juntamente com os seus guarda-costas num ataque israelita que teve como alvo as instalações do grupo palestiniano nos subúrbios da capital libanesa.

Já a agência estatal libanesa adiantou que um ataque israelita com recurso a um drone matou pelo menos seis pessoas esta terça-feira. Para além de Saleh al-Arouri, a incursão no Líbano também provocou a morte de Samir Fandi, outro responsável do Hamas.

Saleh al-Arouri tinha 57 anos e foi um dos fundadores das brigadas Al-Qassam, o braço militar do Hamas. Fazia parte do grupo palestiniano desde 1987 e foi também vice-presidente do gabinete político. Al-Arouri tinha uma estreita ligação ao Irão e ao grupo Hezbollah, no Líbano.
"Um crime" para arrastar o Líbano para a guerra
Este foi o primeiro ataque de Telavive próximo da capital libanesa desde o início do conflito em Gaza. Até agora, os confrontos entre o exército israelita e o Hezbollah, grupo aliado do Hamas, estavam limitados ao sul do Líbano, junto à fronteira.

Em reação ao ataque, o primeiro-ministro libanês considerou que se tratou de "um crime" que "visa arrastar o Líbano" para a guerra.

"Este novo crime israelita visa arrastar o Líbano para uma nova fase de confrontos depois dos contínuos ataques diários no sul, que causaram um grande número de mártires e feridos", considerou Najib Mikati em comunicado citado pela agência France Presse.

Acusou ainda as forças israelitas de reccorrerem à "exportação dos seus fracassos" na Faixa de Gaza para a fronteira sul do Líbano.

As forças israelitas ainda não reagiram ou comentaram as informações sobre este ataque.

Por sua vez, o primeiro-ministro do Governo da Autoridade Palestiniana, Mohamed Shtayeh, considerou que o ataque foi "um crime que carrega a identidade dos seus perpetradores", numa referência implícita a Israel.

O responsável alertou ainda para "os riscos e repercussões que podem surgir deste crime".

Também em resposta ao ataque desta terça-feira, o porta-voz do Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros, Nasser Kanaani, considerou que a morte do responsável do Hamas irá inflamar ainda mais a resistência contra Israel.

"O sangue do mártir vai, sem dúvida, iniciar uma nova onda nas veias da resistência e na motivação para lutar contra os ocupantes sionistas, não só na Palestina, mas também na região e entre todos os que procuram a liberdade no mundo", afirmou o responsável.

Teerão considera ainda que o ataque desta terça-feira constitui uma violação da soberania e integridade territorial do Líbano.

(com agências)
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