Ataque em Kramatorsk faz dez mortos. Zelensky culpa "terroristas russos"

por Cristina Sambado - RTP
Oleksandr Ratushniak - Reuters

Um ataque da Rússia, na terça-feira, em Kramatorsk, no leste da Ucrânia, fez pelo menos dez mortos e mais de 60 feridos, segundo um novo balanço feito esta quarta-feira pelos serviços de emergência do país. O presidente ucraniano quer ver aqueles que descreveu como “terroristas russos” em tribunal.

Entre as vítimas mortais encontram-se três crianças e duas adolescentes - irmãs gémeas de 14 anos.

"Os socorristas estão a fazer buscas nos escombros do edifício destruído e procuram pessoas que provavelmente estão debaixo dos destroços", acrescentaram no Telegram.

O governador regional da província de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, afirmou numa emissora televisiva que o restaurante foi atingido por dois mísseis e que, no local, se encontrava “uma grande concentração de civis”.
Segundo o responsável, "várias casas, lojas, cafés e outros estabelecimentos foram danificados perto do local do impacto", acrescentando que o ataque é "outro crime de guerra" cometido pelos russos contra civis em solo ucraniano.

De acordo com a polícia ucraniana, a Rússia disparou dois mísseis terra-ar S- 300 contra Kramatorsk, uma localidade que tinha cerca de 150 mil habitantes antes do início da guerra a 24 de fevereiro. O ataque destruiu o restaurante Ria Pizza, um estabelecimento no centro da cidade muito popular entre jornalistas e soldados.

Três destacados colombianos, o conhecido escritor Hector Abad, o político Sergio Jaramillo e a jornalista Catalina Gomez, correspondente na Ucrânia do diário El Tiempo, ficaram ligeiramente feridos enquanto jantavam no restaurante com a escritora ucraniana Victoria Amelina, segundo um comunicado assinado por Abad e Jaramillo.

Um segundo míssil atingiu uma aldeia nos arredores de Kramatorsk, ferindo cinco pessoas.

Situada a oeste de Bakhmut, a cidade devastada que foi palco da batalha mais longa e sangrenta da guerra, Kramatorsk foi várias vezes alvo de bombardeamentos russos.

O mais mortífero foi o bombardeamento da estação ferroviária de Kramatorsk, em abril de 2022, que matou 61 pessoas e feriu mais de 160, algumas semanas após o início da invasão russa, quando uma multidão de civis tentava abandonar a cidade.

Importante centro ferroviário, Kramatorsk é a capital regional de facto desde que as cidades orientais de Donetsk e Lugansk foram capturadas pelos separatistas pró-russos apoiados por Moscovo, em 2014.

Um terceiro míssil russo atingiu um conjunto de edifícios em Kremenchuk, cerca de 375 quilómetros a oeste no centro da Ucrânia, exatamente um ano após um ataque a um centro comercial que matou pelo menos 20 pessoas. Não foram registadas vítimas no último ataque.
Zelensky quer “terroristas russos” em tribunal
O presidente da Ucrânia pediu, na terça-feira, para levar os "terroristas russos" a tribunal pelo bombardeamento em Kramatorsk.

"Cada uma dessas manifestações de terror prova repetidamente ao mundo inteiro que a Rússia merece apenas uma coisa como resultado de tudo o que fez: derrota e um tribunal, julgamentos justos e legais contra todos os assassinos e terroristas russos", frisou Zelensky.

O presidente ucraniano também fez referência ao aniversário de um ataque russo contra um centro comercial na cidade de Kremenchuk, que deixou mais de 20 mortos.

"Exatamente no aniversário do ataque de terroristas russos em Kremenchuk, no centro comercial, quando 22 pessoas foram mortas, os selvagens russos dispararam novamente mísseis contra a região de Kremenchuk", recordou num discurso, citado pela agência de notícias Europa Press.

O presidente agradeceu ainda aos Estados Unidos o novo pacote de ajuda anunciado também na terça-feira, no valor de 500 milhões de dólares (456 milhões de euros), com munições para sistemas antiaéreos Patriot e peças de artilharia.

c/ agências
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