Um ataque aéreo destruiu esta tarde por completo o edifício do consulado do Irão na capital síria de Damasco, de acordo com a agência estatal SANA, que aponta o ataque a Israel. As agências internacionais confirmaram inicialmente oito mortos na sequência deste ataque, entre os quais Mohammad Reza Zahedi, comandante do Corpo da Guarda Revolucionária do Irão, número entretanto elevado a 11 vítimas mortais, entre as quais sete membros da força de elite.
Pelo menos oito pessoas tinham já perdido a vida e 23 outras ficado feridas numa explosão no norte do país depois de um carro armadilhado ter sido detonado num mercado na cidade de Azaz, de acordo com dados do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Na sexta-feira, num outro ataque perto da cidade de Alepo morreram 52 pessoas, sendo esta acção atribuída às forças israelitas.
No ataque desta segunda-feira, as primeiras informações avançavam a meio da tarde (hora de Lisboa) que a defesa anti-aérea síria tinha interceptado fogo hostil apontado à região da capital.
“Mísseis israelitas destruíram o anexo da embaixada iraniana em Damasco, matando seis pessoas”, adiantou o OSDH, informação que foi confirmada por um correspondente da agência France Presse no local.
De acordo com a agência de notícias estatal SANA, tratou-se de um ato de agressão israelita que visou o edifício do consulado iraniano no bairro de Mezzeh, em Damasco, e que acabou por arrasar o edifício e provocar danos nos prédios vizinhos: “O regime sionista age contra as leis internacionais, por isso receberá uma resposta dura da nossa parte”, disse o embaixador iraniano, Hossein Akbari.
O ataque atribuído a Israel e que segundo Akbari foi levado a cabo com caças F-35 israelitas - será o quinto ataque contra a Síria em oito dias - já foi confirmado pelo Ministério sírio da Defesa, que “condenou” o que também considera ter sido um raide lançado por Israel. O ministério falava em vários mortos, sem avançar com um número. Esse balanço estava ao final da noite em 11 mortos, sete dos quais elementos do Corpo da Guarda Revolucionária.
“O inimigo israelita lançou ataques aéreos a partir dos Montes Golan ocupados, visando o anexo da embaixada iraniana em Damasco”, declarou o Ministério sírio da Defesa, acrescentando que várias pessoas morreram e outras ficaram feridas.
“Todos os que ali estavam foram mortos ou feridos”, disse o ministério, para acrescentar: “Condenamos veementemente este hediondo ataque terrorista [que matou] vários inocentes", declarou o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Faisal Mekdad, num comunicado citado pela SANA.
“A entidade de ocupação israelita não será capaz de afetar os laços entre o Irão e a Síria”, acrescenta Faisal Mekdad.
Entre os mortos estaria, de acordo com indicação das forças libanesas à Reuters, um comandante da Guarda Revolucionária do Irão, Mohammad Reza Zahedi. A France Presse acrescentaria depois o nome de um outro comandante: Mohammad Hadi Haji Rahimiou. Media iranianos referiram inicialmente a morte de cinco membros da força de elite, mais tarde actualizando este número para sete, entre os quais dois comandantes da guarda iraniana, e Teerão prometeu uma resposta à altura.
Entre os mortos estaria, de acordo com indicação das forças libanesas à Reuters, um comandante da Guarda Revolucionária do Irão, Mohammad Reza Zahedi. A France Presse acrescentaria depois o nome de um outro comandante: Mohammad Hadi Haji Rahimiou. Media iranianos referiram inicialmente a morte de cinco membros da força de elite, mais tarde actualizando este número para sete, entre os quais dois comandantes da guarda iraniana, e Teerão prometeu uma resposta à altura.
“O brigadeiro General Mohammad Reza Zahedi, um dos principais comandantes da Força Quds [braço de operações especiais estrangeiras] da Guarda Revolucionária do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, foi martirizado num ataque de combatentes do regime sionista ao anexo da Embaixada da República Islâmica do Irão em Damasco”, indicou a televisão estatal iraniana Irib.
Por outro lado, “Hossein Akbari, embaixador da República Islâmica do Irão em Damasco, e a sua família não ficaram feridos no ataque israelita”, fez já saber a agência de notícias iraniana Nour.
A agência estatal confirmou entretanto a informação de que as anti-aéreas sírias terão interceptado outros ataques da forças israelitas que visavam a região de Damasco.
Desde o ataque do Hamas a 7 de outubro, contra localidades israelitas vizinhas da Faixa de Gaza, Telavive tem intensificado os ataques aéreos na Síria contra a milícia libanesa Hezbollah e o Corpo da Guarda Revolucionária do Irão, que apoiam o governo do presidente Bashar al-Assad.
Israel tem vindo a intensificar os ataques contra os aliados do Hamas na região, tendo também esta segunda-feira sido detectados aviões suspeitos que seriam os responsáveis pelo bombardeamento contra o complexo do corpo diplomático iraniano. Apesar das recorrentes incursões na Síria, a operação desta tarde é uma acção inédita de Telavive contra o complexo da embaixada.
No final de dezembro, o brigadeiro-general Razi Mousavi, um alto comandante da Força Quds, foi morto num ataque com mísseis a sul de Damasco.
Israel, que tem por hábito não comentar estes ataques contra alvos na Síria, limitou-se, novamente, a reforçar esse silêncio. “Não comentamos relatos nos media estrangeiros”, declarou um porta-voz militar, o contra-almirante Daniel Hagaria.