Ataque a Trump. Diretora do Serviço Secreto demite-se do cargo

por Andreia Martins - RTP
Foto: Chris Kleponis - AFP

A diretora do Serviço Secreto dos EUA, Kimberly Cheatle, vai demitir-se, após ter assumido perante o Congresso total responsabilidade pelas falhas de segurança no atentado contra o ex-presidente e candidato do Partido Republicano, Donald Trump.

Kimberly Cheatle desempenhava as funções de diretora dos Serviço Secreto desde agosto de 2022. Desde a tentativa de assassinato de Trump, a 13 de julho, a responsável enfrentava uma pressão crescente para se demitir.

Numa mensagem de correio eletrónico enviada esta terça-feira aos funcionários do Serviço Secreto, Cheatle diz assumir "total responsabilidade pela falha de segurança".

"À luz dos acontecimentos recentes, é com pesar que tomei a difícil decisão de abandonar o cargo de diretora", acrecentou.

A 13 de julho, Donald Trump foi atingido num tiroteio no comício em Butler, na Pensilvânia, tendo ficado ferido numa orelha. O tiroteio provocou uma vítima mortal. O atirador, identificado como Thomas Crooks, de 20 anos, foi neutralizado pelo Serviço Secreto.

Várias testemunhas indicaram que o atirador se posicionou num telhado com linha de visão direta para o palco do comício onde estava Donald Trump, a cerca de 140 metros do ex-presidente, o que tem levantado questões sobre quais as medidas de segurança que foram implementadas para o evento.

Na segunda-feira, Kimberly Cheatle esteve numa audiência na Câmara dos Representantes para responder às ques
O Serviço Secreto é a entidade responsável por proteger os atuais e antigos dirigentes dos Estados Unidos.
tões sobre o que falhou no dia do ataque contra Donald Trump, tendo recebido críticas por parte de democratas e republicanos pelas falhas operacionais.

“A tentativa de assassinato do ex-presidente a 13 de julho foi a falha operacional mais significativa do Serviço Secreto nas últimas décadas”, assumiu.

A agora diretora demissionária garantiu ainda que o Serviço Secreto iria "cooperar totalmente com as investigações em curso”, adiantou Kimberly Cheatle.

Na sequência deste ataque, o presidente norte-americano, Joe Biden, ordenou uma revisão independente aos protocolos de segurança seguidos neste comício.

No entanto, republicanos e democratas têm exigido explicações não só do Serviço Secreto, mas também do secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, e do diretor do FBI, Christopher Wray. Este último vai ser ouvido pelo Congresso na quarta-feira.

Em reação à demissão de Kimberly Cheatle, o presidente Joe Biden agradeceu à ex-diretora pelas décadas de serviço público e indicou que irá nomear um novo diretor do Serviço Secreto em breve.

Mike Johnson, líder republicano da Câmara dos Representantes, considerou que esta demissão só peca por tardia. "Demorou muito, já devia ter tomado esta decisão há pelo menos uma semana", afirmou.
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