Na sequência do ataque a uma escola secundária no norte de França, onde o assassino se encontrava em situação irregular e era conhecido como radical, o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, anunciou esta segunda-feira a vontade de acelerar a expulsão de 193 estrangeiros radicalizados em situação radical em França.
“É necessário proceder à expulsão sistemática de todos os estrangeiros considerados perigosos pelos serviços de informações” afirmou no sábado Gérald Darmanin, garantindo que tinham sido dadas instruções para serem analisados todos os estrangeiros suscetíveis de se enquadrarem nesta categoria, segundo o jornal Le Monde. "A lei da República (francesa) impede o ministro do Interior de
expulsar qualquer cidadão estrangeiro que tenha cometido um ato grave,
mas que tenha chegado ao território francês antes dos 13 anos", acrescentou Darmanin.
Após um conselho de segurança esta segunda-feira no Palácio do Eliseu, o
ministro francês do Interior explicou que Paris quer acelerar a expulsão
de estrangeiros radicalizados que se encontram em França ilegalmente através da aprovação do novo projeto de lei da “Imigração” - que começará a ser analisado a 6 de novembro no Senado - e prevê corrigir as atuais limitações da lei.
Autor do ataque estava sinalizado
A reunião foi convocada depois de na sexta-feira Dominique Bernard, um professor francês, ter sido esfaqueado mortalmente na escola secundária em Arras, Pas-de-Calais, por um antigo aluno radicalizado e outras duas pessoas terem ficado gravemente feridas. O jovem de 20 anos, de nacionalidade russa, estava sinalizado pelas autoridades por suspeitas de radicalização islâmica e encontra-se atualmente detido.
Desde então que o caso provocou uma onda de indignação da oposição política e da população francesa, o que levou o presidente francês, Emmanuel Macron, a elevar o nível de alerta de segurança nacional para o seu máximo e a mobilizar sete mil militares para aumentar a segurança em resposta a este ataque.
Abordagem "implacável" ao extremismo
Em declarações à agência noticiosa France Presse (AFP), o gabinete do ministro francês do Interior clarificou que das 193 pessoas que figuram na lista de radicalizados (FSPRT) 85 "provavelmente já não se encontram em França", e que para estes casos foi pedida uma “verificação caso a caso”.
Também foi igualmente pedido aos autarcas um “exame mais aprofundado” das 2.852 pessoas que se encontram em situação regular mas que constam nos registos do FSPRT.
A mesma fonte confirmou que são atualmente 20.120 pessoas registadas no FSPRT, incluindo 4.264 estrangeiros em situação regular ou irregular, e que desde 2015 foram expulsas do país 922 pessoas registadas.
Esta tarde, nas suas declarações aos jornalistas, o ministro francês do Interior também anunciou que desde o ataque do Hamas contra Israel na semana passada 102 pessoas foram detidas por atos antissemitas ou por apologia pública do terrorismo.
A mesma fonte confirmou que são atualmente 20.120 pessoas registadas no FSPRT, incluindo 4.264 estrangeiros em situação regular ou irregular, e que desde 2015 foram expulsas do país 922 pessoas registadas.
Esta tarde, nas suas declarações aos jornalistas, o ministro francês do Interior também anunciou que desde o ataque do Hamas contra Israel na semana passada 102 pessoas foram detidas por atos antissemitas ou por apologia pública do terrorismo.
"Ainda esta manhã, a DGSI (Direção-Geral da Segurança Interna) efetuou duas detenções, uma no leste e outra no sudoeste de França", acrescentou o ministro do Interior.
Gérald Darmanin informou que, das 102 pessoas detidas, 27 são “estrangeiros” e 11 estão “atualmente num centro de detenção administrativa ou na prisão”. Acrescenta que solicitou “a retirada sistemática das autorizações de residência às pessoas que residiam legalmente em França".
As medidas anunciadas esta segunda-feira pelo Ministério do Interior estão de acordo com a abordagem "implacável" ao extremismo instada pelo presidente Macron na sequência do ataque ao liceu em Arras.
De acordo com a AFP, Macron terá pedido ao ministro do Interior uma "abordagem especial aos jovens do Cáucaso entre os 16 e os 25 anos".
c/agências
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