O autor do homicídio da vereadora brasileira Marielle Franco, Ronnie Lessa deu informações sobre a identidade do mandante e as circunstâncias do crime, no âmbito de um acordo de delação aprovado pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil.
"Sabemos que essa colaboração, que é um meio de obtenção de provas, fornece elementos extremamente importantes que nos fazem acreditar que em breve teremos uma solução para o assassínio da vereadora. O processo segue sob segredo de justiça, como todos sabem", disse o ministro da Justiça brasileiro, Ricardo Lewandowski.
Lessa disse quem o contratou para executar o crime e por que queria matar Franco. Também apresentou as circunstâncias da morte, e pormenores dos encontros que teve com quem o contratou, antes e depois do crime, no qual morreu também o motorista Anderson Gomes, informou o portal de notícias brasileiro G1.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, mostrou-se otimista em relação às investigações depois destes novos desenvolvimentos: "As notícias que acabam de sair sobre a investigação do caso da minha irmã e do Anderson dão-nos fé e esperança de que finalmente teremos respostas para este assassínio político, cobarde e brutal".
Numa mensagem na rede social X (antigo Twitter), a ministra acrescentou que o anúncio de Lewandowski, a partir do diálogo com o juiz Alexandre de Moraes, demonstra para o país "que as instituições de justiça continuam empenhadas em solucionar o caso. É mais um passo adiante".
"Continuaremos até o fim e trabalharemos para que nunca mais a vida de uma pessoa seja interrompida por causa de quem ela é ou das ideias que defende", disse Anielle Franco.
Seis anos após o crime, os antigos polícias Ronnie Lessa e Elcio Queiroz estão presos acusados de cometer o homicídio. Dois são suspeitos de participarem, Maxwell Simões Correa que terá cedido o seu veículo para esconder as armas, e Edilson Barbosa dos Santos, dono do estabelecimento responsável de se desfazer do veículo.