As emoções foram difíceis de gerir para Nadal a quem faltou "agilidade mental"
Rafael Nadal reconheceu que pode ter disputado esta terça-feira o último encontro de singulares da sua carreira, confessando que foi difícil controlar as emoções na derrota diante do tenista neerlandês Botic van de Zandschulp, na Taça Davis.
'Rafa', que em singulares tinha perdido apenas o seu primeiro encontro na Taça Davis no já distante ano de 2004, foi hoje derrotado por duplo 6-4 pelo 80.º jogador mundial no arranque da maior competição de seleções do ténis, a decorrer até domingo em Málaga.
"Os pontos passaram muito rápido e não tive tempo para pensar. Quando passas tanto tempo fora de competição, tudo se decide em pequenos detalhes. Já não tenho os automatismos dos jogadores que estão no circuito. (...) Hoje, não tive a agilidade mental para tomar decisões sem pensar", assumiu.
Depois de três meses e meio sem competições oficiais, mais concretamente desde que foi eliminado, juntamente com Carlos Alcaraz, nos quartos de final de pares do torneio olímpico de Paris2024, o maiorquino surgiu 'apagado' e sem inspiração para contrariar o jogo de Botic van de Zandschulp.
"Se fosse o 'capitão' (David Ferrer), não me colocaria a jogar num próximo encontro (de singulares). Dado o meu nível (hoje), não me escolheria, mas isso não quer dizer que não tenha vontade de jogar. Talvez hoje tenha sido o meu último encontro de singulares", declarou, em conferência de imprensa.
Eleito por Ferrer para iniciar o duelo dos quartos de final diante dos Países Baixos, Nadal, que escolheu a Taça Davis para se despedir do ténis, garantiu não ter pressionado o selecionador para colocá-lo a jogar singulares.
"Foi decidido que eu iria jogar e sabíamos que havia um risco. Não consegui ganhar o ponto, mas não posso lamentar, porque é assim o desporto. Tentei, como tentei sempre. Não posso controlar o nível que tenho", acrescentou.
Cabe agora ao jovem Carlos Alcaraz, de 21 anos, evitar o final da carreira do seu compatriota, e também do percurso de Espanha nesta Davis em 'casa', com o número três mundial a estar obrigado a ganhar a Tallon Griekspoor (40.º) para 'forçar' um decisivo encontro de pares.
"Havia a possibilidade de perder o encontro e espero que o Carlos ganhe em singulares e, depois, em pares", lançou 'Rafa', prometendo continuar a treinar para ser "elegível" para as eliminatórias seguintes, caso a Espanha siga em frente.