O foguetão da NASA mais poderoso da história da exploração espacial foi lançado com sucesso esta madrugada, a partir do Centro Espacial Kennedy, na Florida. O Artemis I está finalmente no rumo da Lua, depois de duas tentativas falhadas.
A bordo do voo de teste estão três manequins e um boneco de peluche do Snoopy, com a função de medir os níveis de radiação e testar os novos sistemas de preservação de vida, e equipamentos projetados para a próxima geração de voos espaciais tripulados de longa duração.
Esta é a "primeira de uma série de missões cada vez mais complexas", explica a NASA no seu site.
"O Artemis I é um teste de voo não tripulado que fornecerá uma base para a exploração humana do espaço profundo e demonstrará nosso compromisso e capacidade de devolver os humanos à Lua e ir além", acrescenta a agência espacial norte-americana.O ensaio do Artemis I terminará a 11 de dezembro nas águas do Oceano Pacífico.
O foguetão integra a estrutura dos sistema de lançamento, os sistemas de controlo terrestre do Centro Espacial Kennedy e a cápsula espacial Orion. A missão da aeronave pretende ensaiar as condições de reentrada lunar e garantir um retorno seguro antes do primeiro voo com a tripulação no Artemis II.
"Porque o objetivo é Marte"
Em declarações ao jornal britânico The Guardian, o administrador da NASA Bill Nelson explicou as razões destas viagens à Lua. "O que podemos fazer na Lua é aprender a existir e sobreviver naquele ambiente hostil e estar apenas três ou quatro dias longe da Terra, antes de nos aventurarmos e ficarmos meses e meses longe".
A NASA pretende instalar colónias humanas de longo prazo em solo lunar. Para isso será necessária a construção de um acampamento-base, que por sua vez permitirá servir de apoio para missões tripuladas a Marte.
A ligação Lua-Marte poderá estar em prática na década de 2030 e incluir parceiros comerciais como a SpaceX de Elon Musk e o foguete Starship de carga pesada, cujo teste orbital deverá ocorrer antes do fim do ano.
O Artemis viajará a 450 mil quilómetros da Terra e 64 mil quilómetros além do lado obscuro da Lua. A Orion também ficará no espaço por mais tempo do que qualquer nave conhecida sem acoplar a uma estação espacial.
We are going.
— NASA (@NASA) November 16, 2022
For the first time, the @NASA_SLS rocket and @NASA_Orion fly together. #Artemis I begins a new chapter in human lunar exploration. pic.twitter.com/vmC64Qgft9
Os próximos voos, Artemis II e III, transportarão humanos para a Lua. O último, programado para 2025, tem a previsão de duração de um ano. Será o primeiro voo tripulado a pousar no satélite natural da Terra desde a Apollo 17, em dezembro de 1972.