Artemis I. Foguetão da NASA finalmente a caminho da Lua

por Carla Quirino - RTP
Joe Skipper - Reuters

O foguetão da NASA mais poderoso da história da exploração espacial foi lançado com sucesso esta madrugada, a partir do Centro Espacial Kennedy, na Florida. O Artemis I está finalmente no rumo da Lua, depois de duas tentativas falhadas.

O Artemis I terá uma jornada de 25 dias e percorrerá mais de dois milhões de quilómetros - ida e volta. É a primeira missão espacial da NASA com capacidade para tripulação em 50 anos, embora este ensaio ainda seja realizado sob comando terrestre.

A bordo do voo de teste estão três manequins e um boneco de peluche do Snoopy, com a função de medir os níveis de radiação e testar os novos sistemas de preservação de vida, e equipamentos projetados para a próxima geração de voos espaciais tripulados de longa duração.

Esta é a "primeira de uma série de missões cada vez mais complexas", explica a NASA no seu site.

"O Artemis I é um teste de voo não tripulado que fornecerá uma base para a exploração humana do espaço profundo e demonstrará nosso compromisso e capacidade de devolver os humanos à Lua e ir além"
, acrescenta a agência espacial norte-americana.O ensaio do Artemis I terminará a 11 de dezembro nas águas do Oceano Pacífico.


O foguetão integra a estrutura dos sistema de lançamento, os sistemas de controlo terrestre do Centro Espacial Kennedy e a cápsula espacial Orion.
A missão da aeronave pretende ensaiar as condições de reentrada lunar e garantir um retorno seguro antes do primeiro voo com a tripulação no Artemis II.
"Porque o objetivo é Marte"
Em declarações ao jornal britânico The Guardian, o administrador da NASA Bill Nelson explicou as razões destas viagens à Lua. "O que podemos fazer na Lua é aprender a existir e sobreviver naquele ambiente hostil e estar apenas três ou quatro dias longe da Terra, antes de nos aventurarmos e ficarmos meses e meses longe".

"Esse é o propósito: voltamos à Lua, aprendemos a viver lá, criamos habitats", porque o "objetivo é Marte" afirmou Nelson.

A NASA pretende instalar colónias humanas de longo prazo em solo lunar. Para isso será necessária a construção de um acampamento-base, que por sua vez permitirá servir de apoio para missões tripuladas a Marte.

A ligação Lua-Marte poderá estar em prática na década de 2030 e incluir parceiros comerciais como a SpaceX de Elon Musk e o foguete Starship de carga pesada, cujo teste orbital deverá ocorrer antes do fim do ano.

Dois furacões e várias correções técnicas atrasaram a partida do Artemis I em pelo menos dois meses. A cápsula Orion "será lançada no topo do foguete mais poderoso do mundo e voará mais longe do que qualquer nave construída por humanos já voou", assinala a NASA.

O Artemis viajará a 450 mil quilómetros da Terra e 64 mil quilómetros além do lado obscuro da Lua. A Orion também ficará no espaço por mais tempo do que qualquer nave conhecida sem acoplar a uma estação espacial.

Os próximos voos, Artemis II e III, transportarão humanos para a Lua. O último, programado para 2025, tem a previsão de duração de um ano. Será o primeiro voo tripulado a pousar no satélite natural da Terra desde a Apollo 17, em dezembro de 1972.
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