Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Artemis 1, regresso à Lua. Cápsula Orion dá sinais de segurança

por Nuno Patrício - RTP
Crédito: NASA/Skip Williams

A cápsula Orion, que fez o voo inaugural do novo programa Artemis da NASA - missão espacial até à Lua -, mostrou-se segura para passar a novo teste, desta vez com tripulação a bordo. Um novo ensaio que visa o regresso humano à superfície lunar, previsto para o final de 2025.

A revisão contínua dos dados obtidos pela missão Artemis 1 demonstrou que os sistemas projetados para voltar à Lua estão a comportar-se como o planeado.

“Estamos a aprender o máximo possível com o Artemis I para garantir que entendemos completamente todos os aspetos dos sistemas e aprender sempre com todas as lições de como planeamos e voamos em missões tripuladas”, disse Jim Free, administrador associado da NASA para a Direção de Missão de Desenvolvimento de Sistemas. “Um voo seguro da futura tripulação é nossa principal prioridade para o Artemis II”.

Mas existem alguns pontos a corrigir, a aplicar já na Artemis 2. Desde logo uma questão relacionada com o escudo térmico da Orion, que perdeu, na reentrada, mais material isolante - Avcoat - do que o previsto.

Créditos: NASA

Howard Hu, gestor do programa Orion da NASA, referiu que o material isolante arrancado do escudo térmico, durante a descida, pela fricção, aconteceu fora do previsto nos testes terrestres e gerados em simulações virtuais.

“Tivemos mais liberação do material carbonizado durante a reentrada do que esperávamos”, refere Hu.

Perante a questão, não menos importante, visto ser uma fase crucial deste tipo de missão, os engenheiros vão realizar novas análises, mais detalhadas, do escudo térmico, tendo em vista determinar o porquê de isto ter acontecido.

Créditos: NASA

Todavia, Howard Hu explica que esta diferença no desempenho do escudo térmico não colocou em causa a segurança da cápsula ou tripulação, caso existisse.

A Orion apresentava ainda “uma camada em quantidade significativa de margem de sobra” Avcoat intocado ou “virgem”, usado no escudo térmico.
“Acho que não chegámos a nenhum limite. Muito embora do ponto de vista da margem, certamente, tirou mais do Avcoat do que o esperado.”

O escudo térmico será anexado ao módulo da tripulação em maio.

O trabalho de investigação da cápsula Orion revelou também um problema com o sistema de energia no módulo de serviço. Um limitador de corrente, que abriu sem ser comandado duas dúzias de vezes durante o voo espacial.

De acordo com os dados, o controlador fechou os limitadores sem nenhum impacto adverso no sistema de fornecimento de energia da nave.

Alertados para o problema, a Agência Espacial Europeia e a Airbus, fornecedores principais do módulo de serviço, estão já a planear um teste para entender melhor o que causou os eventos não comandados, sugerindo que os mesmos possam ter surgido devido a interferências eletromagnéticas.

Estes interruptores são dispositivos semelhantes a disjuntores que fazem parte de uma unidade de condicionamento e distribuição de energia, responsável por receber a energia gerada pelos painéis solares e adaptá-la para distribuição aos sistemas, que ajudam a controlar a energia dos componentes no módulo de serviço.

Ainda assim e caso os testes não encontrem uma causa, o gestor do programa Orion diz que vão realizar uma nova sub-rotina informática para esta questão. Caso o problema se mantenha, os controladores em terra ou mesmo os astronautas dentro da Orion podem continuar a manobrar manualmente os limitadores em futuras missões.

Com estes resultados, a NASA conta ter o renovado módulo de tripulação Orion acoplado e pronto com o módulo de serviço até ao final de junho.

Quanto ao lançador, se tudo correr de acordo com o programado, a combinação SLS/Orion deve começar no primeiro trimestre de 2024, para um lançamento previsto no final de 2024.

A NASA conta ainda que a próxima missão, Artemis 3, seja lançada cerca de um ano após a Artemis 2, mas observou que isso dependerá do progresso dos outros elementos, como o módulo lunar Starship da SpaceX e novos fatos espaciais em desenvolvimento pela Axiom Space. “O nosso plano sempre foi de 12 meses, mas há desenvolvimentos significativos que devem ocorrer”, disse Jim Free, administrador associado da NASA.
Tópicos
PUB