Arábia Saudita condenou hoje os ataques de Israel contra o Irão desta madrugada, considerando-os uma "violação da soberania" do país persa, e pediu às partes "a máxima contenção" para evitar a amplificação da guerra no Médio Oriente.
"O reino da Arábia Saudita expressa a sua condenação e denuncia os ataques militares contra a República Islâmica do Irão, que constituem uma violação da sua soberania e uma violação das leis e normas internacionais", afirma o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita.
Rejeitando estes ataques de retaliação e "a expansão do conflito que ameaça a segurança e a estabilidade" do Médio Oriente, o reino árabe exortou "todas as partes a exercerem máxima contenção e a desanuviarem o conflito", alertando para as consequências da "continuação dos conflitos militares na região".
"O Reino apela à comunidade internacional e às partes influentes e efetivas para que cumpram os seus papéis e responsabilidades, a fim de desanuviar e pôr termo aos conflitos na região", sublinha o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O exército israelita anunciou hoje ter efetuado "ataques de precisão" contra alvos militares no Irão "em resposta a meses de ataques contínuos" da República Islâmica.
"Em resposta a meses de ataques contínuos do regime iraniano contra o Estado de Israel, o exército israelita está atualmente a efetuar ataques de precisão contra alvos militares no Irão", declarou o exército, em comunicado.
Antes, a televisão estatal iraniana noticiou "fortes explosões" perto de Teerão, na sexta-feira à noite, enquanto vários meios de comunicação social locais relataram que eram ouvidos "estrondos" na capital iraniana.
Em 01 de outubro, o Irão lançou cerca de 200 mísseis contra Israel, incluindo, pela primeira vez, vários mísseis hipersónicos. Israel prometeu responder a este bombardeamento.
Os ataques decorrem no âmbito da guerra em Gaza entre Israel e o movimento de resistência islâmica palestiniano Hamas, e no vizinho Líbano, entre o exército israelita e o movimento xiita libanês Hezbollah.
Hamas e Hezbollah opõem-se a Israel e são apoiados financeira e militarmente pelo Irão, que fez do apoio à causa palestiniana um dos pilares da política externa desde a criação da República Islâmica em 1979.