O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita condenou hoje "qualquer ação terrestre" de Israel contra a Faixa de Gaza, considerando que constitui uma ameaça para a vida dos civis que vivem encurralados no enclave.
"O reino condena e deplora qualquer ação terrestre por parte de Israel, uma vez que ameaça a vida dos civis palestinianos que estão expostos a um maior perigo", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita em comunicado, depois de o exército israelita ter anunciado um aumento das operações terrestres na Faixa de Gaza.
Riade advertiu ainda para "a continuação das violações flagrantes não justificadas e infratoras da lei internacional contra o povo irmão palestiniano" por parte do Estado judaico, que intensificou os bombardeamentos aéreos contra a Faixa de Gaza, provocando uma rutura total nas comunicações.
A Arábia Saudita alertou que a operação terrestre "tem graves consequências para a estabilidade da região, a paz e a segurança regional e internacional" e instou a comunidade internacional a "assumir a sua responsabilidade" para que Israel "suspenda imediatamente" as ações.
O Presidente saudita apelou também à aplicação da resolução da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovada na sexta-feira com 120 votos a favor, sobre um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, uma decisão não vinculativa mas com significado altamente simbólico.
A reação da Arábia Saudita surge depois de o exército israelita ter anunciado hoje que está a "avançar as fases da guerra" contra o grupo islamita Hamas e que os soldados israelitas estão a atacar a Faixa de Gaza por terra, mar e ar, depois de terem anunciado uma expansão das operações terrestres na noite passada.
O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
No ataque do Hamas contra Israel morreram mais de 1.400 israelitas, sobretudo civis, e perto de 200 foram feitos reféns.
O número de palestinianos mortos em Gaza subiu hoje para mais de 7.700 pessoas desde 07 de outubro, com 377 mortes relatadas desde sexta-feira, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas. A maioria dos mortos são mulheres e crianças, disse a mesma fonte.
O porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf al-Qidra, disse aos jornalistas que a interrupção das comunicações "paralisou totalmente" a rede de saúde.