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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Após visita de Zelensky à Europa. Rússia intensifica ataques aéreos e faz soar sirenes em toda a Ucrânia

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Reuters

A Rússia intensificou esta sexta-feira os ataques aéreos na Ucrânia, fazendo soar as sirenes por todo o país. Várias explosões foram ouvidas em Kiev e a cidade de Zaporizhia foi alvo do maior ataque com mísseis desde o início da ofensiva. As forças russas atingiram instalações de alta tensão no leste, sul e oeste da Ucrânia, causando a interrupção no fornecimento de energia.

As forças russas intensificaram os ataques na Ucrânia durante a madrugada desta sexta-feira, um dia após a visita do presidente ucraniano a Bruxelas, onde participou numa cimeira extraordinária da União Europeia. As tropas russas atingiram infraestruturas críticas em várias cidades, sobretudos pontos essenciais de produção de armazenamento de energia da Ucrânia.

De acordo com a Força Aérea ucraniana, a Rússia disparou "seis mísseis de cruzeiro Kalibr" e pelo menos "35 mísseis S-300 (terra-ar) nas regiões de Kharkiv e Zaporizhia". As forças russas lançaram ainda "sete drones Shahed” contra pontos estratégicos na Ucrânia.

"O inimigo [Rússia] atingiu cidades e infraestruturas essenciais na Ucrânia", refere o Exército de Kiev em comunicado. Até ao momento desconhecem-se dados sobre eventuais vítimas destes ataques.

A operadora de rede elétrica da Ucrânia, Ukrenergo, disse que várias instalações no leste, sul e oeste da Ucrânia foram atingidas, causando interrupção no fornecimento de energia.

Entre as cidades mais afetadas está Zaporizhia, que foi alvo do maior ataque desde o início da ofensiva russa, tendo sido atingida com pelo menos 17 mísseis em apenas uma hora. A cidade de Zaporizhzhia abriga a maior central nuclear da Europa, que permanece nas mãos da Rússia.
Nuno Amaral, enviado especial da Antena 1 à Ucrânia

A capital ucraniana também foi alvo de ataques durante a manhã. Segundo jornalistas da Reuters, foram ouvidas pelo menos três explosões em Kiev.

"A defesa aérea está atualmente ativa na zona [Kiev], de acordo com a administração militar", indica a publicação Kyiv Independent através da rede social Twitter.

Em Kharkiv, as autoridades ainda estão a tentar obter informações sobre eventuais vítimas e a escala da destruição, com o autarca Ihor Terekhov a dizer que pode haver interrupções no aquecimento e no fornecimento de eletricidade e água.
Sirenes ouvidas em toda a Ucrânia
A escalada dos ataques fez soar as sirenes por todo o país durante a manhã desta sexta-feira.

As autoridades locais pediram aos civis que se abrigassem, alertando para possíveis novos ataques. "A aviação inimiga está no ar e os navios que podem transportar mísseis Kaliber estão no mar. O alerta será longo", disse Maksym Marchenko, governador regional da região sul de Odessa.

"Por favor, não ignorem as sirenes de ataque aéreo e dirijam-se para os abrigos", apelou.

O assessor do ministro da Administração Interna da Ucrânia, Anton Gerashchenko, também alertou no Twitter para “ameaças de um ataque maciço com rockets russos”.


A escalada acontece depois de o presidente ucraniano ter visitado várias cidades europeias nos últimos dias. Na quinta-feira, Volodymyr Zelensky esteve em Bruxelas onde participou numa cimeira extraordinária entre chefes de Estado e de Governo da União Europeia e discursou no Conselho Europeu.

Zelensky aproveitou a ida a Bruxelas para insistir no apelo ao envio de aviões de combate. Os países ocidentais têm resistido a fornecer meios aéreos à Ucrânia, embora França não tenha descartado essa hipótese.

Na quinta-feira, Zelensky avançou que alguns líderes europeus mostraram-se disponíveis para oferecer aviões de guerra à Ucrânia.

Kiev tem ampliado os apelos por mais armamento à medida que espera que Moscovo intensifique a sua ofensiva no aniversário da invasão, a 24 de fevereiro. Kiev diz mesmo que Moscovo já começou a grande ofensiva.

c/ agências
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