Apoiantes do presidente deposto Bashar al-Assad assassinaram 14 soldados que trabalhavam para o Ministério do Interior do novo Governo sírio, numa "emboscada" levada a cabo no oeste do país. A informação foi avançada esta quinta-feira pelas autoridades sírias, lideradas pelos rebeldes.
Os rebeldes avançaram ainda que dez outros soldados ficaram feridos em combates perto do porto mediterrânico de Tartous.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, três "homens armados" também foram mortos nos confrontos.
As denúncias chegam depois de, há cerca de duas semanas, as forças rebeldes lideradas pela fação islamista Hayat Tahrir al-Sham terem tomado a capital síria e várias outras cidades, levando à fuga do presidente Bashar al-Assad.
Recolher obrigatório em Homs
Esta quinta-feira, as novas autoridades sírias impuseram um recolher obrigatório durante a noite na cidade de Homs. Segundo a imprensa estatal, a medida foi tomada na sequência de um vídeo que mostrava um ataque a um santuário alauita.
Os alauitas são um ramo do Islão xiita a que pertencia grande parte da elite política e militar do antigo regime, incluindo a família de Assad.
O Ministério do Interior disse, porém, que as imagens de vídeo são antigas, datando de uma ofensiva rebelde em Alepo no final de novembro, e que a violência foi levada a cabo por grupos desconhecidos.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que um manifestante foi morto e cinco ficaram feridos em Homs, sendo também registadas manifestações nas cidades de Tartous, Latakia e Qardaha, a cidade natal de Assad.
Os líderes religiosos alauitas já apelaram a uma amnistia geral para esse grupo étnico-religioso, mas analistas consideram que tal é improvável, dado os vastos relatos de crimes de guerra cometidos pelos seus membros.
Durante o regime da família Assad, dezenas de milhares de pessoas terão sido torturadas até à morte nas prisões da Síria e milhares de famílias continuam à espera de respostas e de justiça.
c/ agências