O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou hoje a todas as partes para que "exerçam a máxima contenção" na escalada de bombardeamentos israelitas ao porto iemenita de Hodeida, que causou seis mortos, segundo um novo balanço.
"O secretário-geral apela a todas as partes envolvidas para que evitem ataques que possam causar danos a civis e a infra-estruturas civis", refere a ONU, numa declaração oficial.
O texto recorda que as informações disponíveis indicam que várias pessoas foram mortas e mais de 80 ficaram feridas no ataque, e que este causou danos consideráveis nas infra-estruturas civis no porto de Hodeida.
"O secretário-geral continua profundamente preocupado com o risco de uma nova escalada na região e continua a apelar ao exercício da máxima contenção por parte de todos", acrescentou.
Os rebeldes Huthis, do Iémen, reivindicaram hoje a responsabilidade pelo lançamento de "vários mísseis balísticos" contra Israel, depois de Telavive ter bombardeado Hodeida, num ataque que causou pelo menos seis mortos e 90 feridos graves.
O porta-voz militar dos Huthis, Yahya Sarea, disse num comunicado que o movimento apoiado pelo Irão lançou a barragem de mísseis contra "alvos importantes" na cidade de Eilat, que não especificou, afirmando que a operação foi levada a cabo "com sucesso".
A afirmação surge depois de o exército israelita ter anunciado que intercetou um míssil sobre o Mar Vermelho, lançado do Iémen nas primeiras horas da manhã, afirmando que, embora o míssil não tenha entrado em território israelita, fez disparar as sirenes em Eilat, em caso de queda de estilhaços.
O ataque foi o primeiro de Israel em território iemenita e surgiu em resposta ao lançamento de um drone huthi no dia anterior, que fez um morto na cidade mediterrânica israelita de Telavive, na primeira ação dos rebeldes com vítimas mortais.
Os Huthis, movimento xiita rebelde apoiado pelo Irão, estão a atacar há meses, ao largo das costas do Iémen, navios que consideram ligados a interesses israelitas, em solidariedade com os palestinianos de Gaza, e dispararam mísseis contra cidades israelitas, a grande maioria dos quais foram intercetados.
O movimento integra o chamado "eixo de resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que faz parte também, entre outros, o grupo islamita palestiniano Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah.
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque do grupo palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que provocou mais de 38 mil mortos e a destruição de grande parte das infraestruturas do pequeno enclave palestiniano governado pelo Hamas desde 2007.