O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje em Paris que "todo o apoio" deve ser dado à Ucrânia, mas que a Rússia continuará a existir depois da guerra, esperando que este país siga o caminho da Alemanha no pós-Segunda Guerra Mundial.
"Quando há guerra, não há escolha. A guerra tem um objetivo muito claro, todo o apoio à Ucrânia e isso implica uma derrota da Rússia, para que pare a guerra e seja restabelecida a paz, mas é sempre preciso pensar que haverá um mundo depois da guerra. Nesse mundo, a Rússia vai continuar a existir", declarou António Costa.
O primeiro-ministro respondeu assim aos jornalistas em Paris questionado sobre o facto do Presidente Emmanuel Macron ter declarado que se devia evitar a humilhação da Rússia no caso de derrota deste país. Estas declarações despertaram muitas críticas por parte das autoridades ucranianas, mas o entendimento de António Costa é diferente.
"A Segunda Guerra Mundial foi uma guerra que só terminou com a derrota da Alemanha e hoje a Alemanha é parte integrante da nossa vida coletiva, um dos pilares fundamentais da União Europeia. Para quem acredita na paz, só podemos desejar que o futuro da Rússia possa ser tão pacífico como tem sido o presente da Alemanha", afirmou o chefe do Executivo português.
No âmbito da Temporada Cruzada entre França e Portugal que decorre este ano, António Costa inaugurou hoje em Paris três exposições relacionadas com Portugal: no Louvre, "A idade de ouro do renascimento português", "O resto é sombra" no Centro Pompidou e "Gulbenkian por ele próprio" no Hotel de la Marine.
O primeiro-ministro almoçou também com Emmanuel Macron no Palácio do Eliseu, onde a guerra na Ucrânia foi um dos principais temas do encontro entre estes dois líderes europeus, com a energia e a defesa a marcarem também as discussões.