Antigo líder escocês alega conspiração para forçá-lo a deixar política

por Lusa

O antigo líder escocês Alex Salmond alega ter sido vítima de uma conspiração de pessoas dentro do executivo regional e do Partido Nacionalista Escocês (SNP) para afastá-lo da política com denúncias de assédio sexual, das quais foi absolvido.

Salmond nomeou Peter Murrell, um dirigente do SNP e marido da atual chefe do governo escocês Nicola Sturgeon, e a chefe de gabinete de Sturgeon, Liz Lloyd, alegando uma falta de separação entre Governo, partido e Ministério Público.

"As evidências apontam para um esforço deliberado, prolongado, malicioso e combinado entre várias pessoas do governo escocês e do SNP para prejudicar minha reputação, a ponto de me colocar na prisão", argumentou.

O depoimento, divulgado antes de uma audição perante uma comissão parlamentar de inquérito prevista para quarta-feira, foi entretanto revisto e publicado com algumas partes omitidas. 

Salmond, de 66 anos, foi absolvido em março de 2020 por um tribunal escocês de 13 acusações de assédio sexual e tentativa de violação a 10 mulheres entre junho de 2008 e novembro de 2014.

A sucessora, Nicola Sturgeon, rejeitou ter agido de forma imprópria e denunciou as acusações do antigo mentor como "teorias da conspiração".

Em 2019, o Governo escocês admitiu ter gerido mal a investigação interna das queixas contra Salmond por duas mulheres e concordou em pagar-lhe mais de 500.000 libras (579.000 euros) para cobrir as custas com a justiça.

Alex Salmond liderou o SNP durante 20 anos, tornando-o o maior partido regional, mas em 2014 demitiu-se de primeiro-ministro escocês após a derrota no referendo à independência. 

Desde 2017, quando perdeu o lugar de deputado no Parlamento britânico, o ex-líder apresenta um programa no canal de notícias em inglês RT financiado pela Rússia.

A polémica acontece poucos meses antes das eleições regionais, a 06 de maio, nas quais Nicola Sturgeon quer reforçar a maioria absoluta para colocar pressão sobre o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e realizar um novo referendo à independência.

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