Perto de 14,4 milhões de angolanos deslocam-se esta quarta-feira às urnas para votarem em eleições gerais, um processo considerado pouco transparente pela oposição, mas que o Governo do país classifica de "exemplar". Há mais de 13 mil assembleias de voto no país e diáspora.
Segundo a Constituição, os dois primeiros da lista nacional do partido mais votado serão, automaticamente, presidente e vice-presidente do país.Há seis observadores portugueses nas eleições angolanas: Paulo Portas e José Luís Arnaut estão em Angola a convite do presidente João Lourenço; Carlos César e Laurentino Dias, do PS, estão a convite do MPLA; Porfirio Silva, do PS, e Paulo Rios de Oliveira, do PSD, integram a missão da CPLP.
Da parte do MPLA, são João Lourenço (atual chefe de Estado) e Esperança Costa os candidatos a presidente e vice-presidente do país.
Já a UNITA avançou com os nomes do seu líder Adalberto Costa Júnior e, como número dois, Abel Chivukuvuku, fundador e antigo líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), atualmente o terceiro partido com mais assentos parlamentares.
O atual presidente, João Lourenço, já depositou o seu voto. "Acabámos de exercer o nosso direito de voto, é rápido e é simples", disse no final, exibindo o dedo indicador com tinta indelével e convidando os cidadãos a fazerem o mesmo.
"É a democracia que ganha, é Angola que ganha", declarou.
"É a democracia que ganha, é Angola que ganha", declarou.
O seu principal opositor, Adalberto Costa Júnior, acompanhado por uma multidão de apoiantes, também já votou.
No final da ida às urnas, o líder da UNITA disse ter constatado que “a votação está a ser feita sem cadernos eleitorais distribuídos aos fiscais”.
“Há apenas um caderno eleitoral na mesa. Ainda assim, eu faço um apelo a todos os angolanos: vamos todos ao voto. Hoje é um dia histórico. É o dia em que eu espero que todos, todos votem num ambiente de absoluta tranquilidade e respeito às leis”.
A oposição tem criticado a transparência do processo eleitoral, acusando o partido governamental, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de o instrumentalizar e colocar em causa a transparência.Mais de sete mil angolanos votam em Portugal
Além do MPLA e da UNITA, concorrem às eleições em Angola mais seis formações políticas: CASA-CE; Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA); Partido de Renovação Social (PRS); Aliança Patriótica Nacional (APN); Partido Humanista de Angola (PHA) e Partido Nacionalista para Justiça em Angola (P-Njango).
A Comissão Nacional Eleitoral (CNE), entidade que ao longo deste período tem sido a principal visada pelas críticas dos partidos da oposição, criou 13.238 assembleias de voto, constituídas por 26.443 mesas, no território nacional, e 26 assembleias de voto com 45 mesas no estrangeiro, para as quais foram recrutados 105.952 membros. Em Portugal, estão registados para votar cerca de 7.600 angolanos.
Do total de 14.399 milhões de eleitores, que poderão votar entre as 7h00 e as 17h00 desta quarta-feira, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América. Esta manhã foram registados alguns casos isolados de atraso na abertura de assembleias de voto. A polícia angolana mobilizou desde segunda-feira todo o efetivo, devido às eleições, até quinta-feira, e 75% dos meios entre 26 de agosto e 6 de setembro.
As "medidas de prevenção" e segurança, de acordo com uma diretiva do Ministério angolano do Interior, vão vigorar até 1 de setembro, dia em que está prevista a "tomada de posse dos membros eleitos".