Anexação da Crimeia. Boris Johnson recua a 2014 para admitir "erro terrível"
Permitir que o presidente russo anexasse a Crimeia, em 2014, constituiu um “erro terrível” por parte do Ocidente. Quem o reconhece é o primeiro-ministro britânico, que assina esta terça-feira, na imprensa do seu país, um artigo sobre as ondas de choque da invasão da Ucrânia. Boris Johnson escreve que acabar com a dependência de petróleo e gás russos é a única forma de pôr termo à “chantagem contínua” de Vladimir Putin.
O governante aponta o projeto de uma Estratégia de Segurança de Energia para o Reino Unido, referindo a aposta em energias alternativas, nomeadamente eólica, solar e nuclear. Uma das propostas do Número 10 de Downing Street passa por novos investimentos em perfuração no Mar do Norte.
Boris Johnson recua a 2014, ano da anexação russa da Crimeia, para aí situar um “erro terrível” das capitais ocidentais. A Rússia mantém desde então naquela península um importante dispositivo militar.
“Quando Putin invadiu a Ucrânia pela primeira vez, em 2014, o Ocidente cometeu um erro terrível. O líder russo havia cometido um ato de agressão violenta e tomado uma grande fatia de um país soberano – e nós deixámo-lo fazê-lo”, enfatiza o governante.
Mais sanções
O Governo britânico deverá anunciar, nas próximas horas, novas sanções contra a Rússia. A BBC noticia que este novo pacote deverá incidir sobre mais uma centena de nomes russos conotados com Vladimir Putin.
As últimas sanções implementadas por Londres visaram os 386 deputados à Duma - a câmara baixa do Parlamento russo – que aprovaram o reconhecimento da independência das autodenominadas repúblicas separatistas do leste da Ucrânia. Estes parlamentares ficaram com ativos congelados e estão proibidos de viajar para o Reino Unido.
Aprovada já esta terça-feira, a Lei do Crime Económico permite que as autoridades britânicas sancionem automaticamente as personalidades russas que já tenham ativos congelados na União Europeia, no Canadá ou nos Estados Unidos.
Acolhimento de refugiados
O Governo de Boris Johnson abriu na segunda-feira um portal na internet destinado a britânicos que desejem acolher refugiados da guerra. Debaixo de críticas, face à lentidão na atribuição de vistos atribuídos a ucranianos, o Executivo britânico procura agora emendar a mão.
Ao abrigo deste programa, quem estiver disposto a receber refugiados ucranianos vai receber um subsídio equivalente a 418 euros mensais, desde que se comprometa a dar abrigo por um período mínimo de seis meses. Por sua vez, os refugiados aos quais for atribuído visto poderão viver e trabalhar no Reino Unido durante três anos, beneficiando de prestações sociais.
Nas primeiras horas de funcionamento, o novo site britânico "Homes for Ukraine" registou 43.800 subscrições do programa de acolhimento.
c/ agências
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