Ana Gomes chocada com adesão da Guiné Equatorial à CPLP

por Lusa
João Relvas, Lusa

A eurodeputada Ana Gomes disse esta quarta-feira à agência Lusa estar "chocada" com a entrada da Guiné Equatorial na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), considerando que "é um regime ditatorial, criminoso e ladrão" do seu próprio povo.

"Já era esperado, mas choca-me na mesma. Acho que é uma desvalorização, um atentado à própria imagem ou potencial da CPLP, porque no fundo está a branquear um regime ditatorial e um regime que é criminoso, que tem processos nos Estados Unidos e em França por criminalidade económica e financeira", disse Ana Gomes à Lusa.

A Guiné Equatorial, que pediu adesão ao bloco lusófono em 2010, entrou hoje na CPLP como membro de pleno direito durante a décima conferência de chefes de Estado e de Governo da organização, que decorreu pela primeira vez na Ásia, no caso em Díli, Timor-Leste.

Em declarações à Lusa, a eurodeputada socialista salientou que a questão do português é muito importante, mas não a mais relevante.

"Importante é sobretudo o branqueamento político que se está a tentar fazer através desta adesão em relação a um regime odioso (...). No caso da Guiné Equatorial estamos perante um regime ditatorial, ladrão do seu próprio povo e não há razões nenhumas para ser branqueado politicamente, que é o que está a tentar fazer a CPLP", frisou.

Integram agora a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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