Aliados acordam financiamento de 40 MME a Kiev e "caminho irreversível" para adesão

por Lusa
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, na cimeira dos 75 anos da organização, em Washington Nathan Howard - Reuters

Os chefes de Estado e de governo da NATO comprometeram-se hoje a dedicar um mínimo de 40 mil milhões de euros para apoiar em 2025 o esforço de guerra ucraniano perante a Rússia, declarando um "caminho irreversível" para adesão da Ucrânia.

"Através de contribuições proporcionais, os aliados pretendem fornecer um mínimo de 40 mil milhões de euros em financiamento durante o próximo ano e fornecer níveis sustentáveis de assistência à segurança para que a Ucrânia tenha sucesso", perante o invasor russo, refere a declaração dos líderes da NATO, na cimeira que se realiza esta semana em Washington.

Os aliados salientaram também que apoiam plenamente o direito da Ucrânia de escolher as suas próprias disposições de segurança e de decidir o seu futuro, livre de interferências externas.

Os líderes da NATO declararam ainda o apoio à Ucrânia no seu "caminho irreversível" rumo à integração na Aliança Atlântica, e comprometeram-se a fazer um convite de adesão a Kiev quando estiverem reunidas as condições.

"O futuro da Ucrânia reside na NATO", acrescentaram.
Adesão da Ucrânia "não é uma questão de se mas de quando" diz Stoltenberg

Na conferência de imprensa no final do primeiro dia de trabalhos da cimeira, Jens Stoltenberg justificou o compromisso dos aliados de apoiarem a Ucrânia com um montante anual não inferior a 40 mil milhões de euros.

"Não estamos a fazer isto porque queremos prolongar a guerra, mas porque queremos acabar com ela o mais rápido possível", defendeu.

E acrescentou: "A não ser que queiramos que a Ucrânia perca, a não ser que nos queiramos curvar perante [o Presidente russo, Vladimir] Putin, temos de mostrar compromisso".

"Na nossa reunião, também decidimos dar mais passos para aproximar ainda mais a Ucrânia da NATO", disse, falando num caminho "irreversível para a integração" do país na Aliança Atlântica.

Segundo o secretário-geral da NATO, é preciso assegurar que "quando for o momento certo", a Ucrânia se juntará à organização "sem demoras".

"Não é uma questão de se mas quando", frisou.

O secretário-geral da NATO defendeu ainda ser interesse dos Estados Unidos permanecer na Aliança Atlântica, num momento em que se teme que o envolvimento norte-americano possa estar em causa num eventual segundo mandato de Donald Trump.

"Espero que os Estados Unidos (EUA) permaneçam o maior aliado da NATO. E espero isso por três razões: primeiro, porque é do interesse de segurança dos EUA ter uma NATO forte. Os EUA têm algo que nenhuma outra potência tem, ou seja, mais de 30 aliados de defesa. A Rússia não tem isso. A China não tem isso. Os EUA têm", frisou Jens Stoltenberg.

De acordo com Stoltenberg, num momento em que Washington está preocupada com as capacidades militares da China, "é ainda mais importante manter a NATO com todos os aliados de defesa".

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