Alfredo Astiz condenado a prisão perpétua

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Buenos Aires, 27 out (Lusa) - Um tribunal de Buenos Aires condenou o ex-marine Alfredo Astiz, o "anjo da morte", a prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos na antiga Escola de Mecânica da Armada, o maior centro clandestino de detenção da ditadura argentina entre 1976 e 1983.

Cerca de 200 testemunhas prestaram depoimentos durante 22 meses no processo considerado histórico no qual foram julgadas 18 pessoas por 85 crimes contra a humanidade, entre eles os homicidas das três fundadoras das Mães da Praça de Maio, do jornalista Rodolfo Walsh e das monjas francesas Alice Domon e Leonie Duquet.

A justiça argentina condenou também a prisão perpétua Joge Eduardo Acosta, conhecido como "El Tigre", ex-capitão de fragata da armada do país, chefe dos serviços secretos e de trabalho da escola e o ex-capitão de corveta Ricardo Miguel Cavallo, conhecido como "Serpico", "Marcelo" ou "Miguel Ângelo".

Cavallo foi detido em agosto de 2000 no México por ordem do juiz espanhol Baltasar Garzón e, depois de um lento e complexo processo de extradição, foi entregue à justiça argentina em março de 2008.

O tribunal condenou também à pena perpétua António Pernías, ex-capitão de fragata, e Jorge Carlos Radice, ex-tenente de fragata, ambos envolvidos no desaparecimento de Rodolfo Walsh.

Centenas de pessoas convocadas por organizações humanitárias celebraram junto ao tribunal o anuncio das sentenças aplicadas aos réus e salientaram a importância histórica do processo quer para as vítimas quer para as suas famílias.

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