Alemanha. Parlamento chumba projeto-lei anti-imigração que uniu direita e extrema-direita

por RTP
Reuters

O Parlamento alemão chumbou esta sexta-feira a lei anti-imigração que juntou os conservadores da CDU e o partido de extrema-direita AfD, num acordo inédito desde o fim da II Guerra Mundial.

O líder da CDU, Friedrich Merz, avisou que a nova lei era necessária como resposta a várias mortes em espaços públicos por parte de imigrantes. Depois de ser aprovada pela direita e extrema-direita na quarta-feira, o partido de Merz foi alvo de fortes críticas do público e de algumas personalidades da própria CDU devido ao acordo tácito com a AfD.

Após a votação, a líder do partido de extrema-direita, Alice Weidel, deixou imediatamente críticas a Merz, acusando-o de não saber convencer os próprios membros do partido e que mostra que não apresenta capacidade para ser o novo Chanceller.

O resultado desta sexta-feira no Bundestag também foi utilizado pela líder do AfD para dizer ao povo alemão que apenas o partido de extrema-direita está habilitado a apresentar uma mudança radical nas políticas de migração.

A CDU de Merz tem-se apresentado à frente nas sondagens numa altura em que um inquérito da televisão pública alemã mostrou que 67 por cento dos alemães querem controlo mais apertado nas fronteiras da Alemanha, um número que inclui metade dos apoiantes de Olaf Scholz, atual Chanceller.

A lei anti-imigração foi chumbada no Bundestag com 350 votos contra, 338 a favor e com cinco abstenções. Doze deputados conservadores optaram por chumbar a lei, o que constitui um golpe contra Friedrich Merz.

“A lei foi rejeitada”, anunciou Petra Pau, a vice-presidente do Bundestag. Merz, por sua vez, disse que a votação mostra “clareza” e que esperava um resultado diferente.

(c/ agências)
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