Alemanha, França, Itália e NATO pedem cessar-fogo e libertação de reféns

por Lusa

Itália, Alemanha, França e NATO saudaram hoje a morte do líder do Hamas, qualificando-o de terrorista e mentor do ataque de 2023 contra Israel, e apelaram ao cessar-fogo em Gaza e Líbano e retorno dos reféns do movimento.

Após a confirmação por Israel da morte de Sinouar na Faixa de Gaza, o Presidente francês, Emmanuel Macron, frisou que o seu país exige a libertação de "todos os reféns ainda detidos pelo Hamas" no enclave há mais de um ano.

"Sinouar era o principal responsável pelos ataques terroristas e atos bárbaros de 07 de outubro. Penso com emoção nas vítimas nesse dia, entre as quais 48 dos nossos compatriotas, e nos seus familiares", adiantou o chefe de Estado francês no X.

Também a ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, apelou ao Hamas para que "liberte imediatamente todos os reféns e deponha as armas", na sequência da morte de Sinouar, um "assassino cruel".

"Sinouar era um assassino cruel e um terrorista que queria destruir Israel e o seu povo. Como instigador do terror de 07 de outubro, causou a morte de milhares de pessoas e um sofrimento incomensurável a toda uma região", escreveu a chefe da diplomacia alemã num comunicado.

"O sofrimento do povo de Gaza deve finalmente chegar ao fim", acrescentou.

Em Itália, o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, disse hoje que espera que seja possível um cessar-fogo em Gaza e no Líbano, após informações sobre a morte de Sinouar.

Numa conferência de imprensa no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Roma, Tajani disse que, com a eliminação do líder do movimento, "Israel pode ter cumprido a sua ação de autodefesa contra os terroristas do Hamas".

"Espero que a morte do líder do Hamas conduza a um cessar-fogo em Gaza", disse Tajani, que visitará Israel e a Palestina na segunda-feira.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, ironizou hoje que "pessoalmente" não sentirá a falta de Sinouar.

"É amplamente reconhecido como o arquiteto dos ataques terroristas contra Israel em outubro de 2023. Eu condenei-os, todos os aliados os condenaram. Todas as pessoas sensatas do mundo condenaram-nos. Por isso, se ele morrer, pessoalmente não sentirei a sua falta", disse Rutte numa conferência de imprensa em Bruxelas.

Israel confirmou hoje que matou o principal líder do Hamas e mentor dos ataques de 07 de outubro, Yahya Sinouar, o homem mais procurado do grupo islamita palestiniano na ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

Logo após a declaração do chefe da diplomacia de Israel, o Exército e os serviços de informação nacionais (ISA) emitiram um comunicado em que "confirmam que, após uma perseguição de um ano, ontem [quarta-feira], 16 de outubro de 2024, os soldados do Exército israelita eliminaram Yahya Sinouar, o líder da organização terrorista Hamas durante uma operação no sul da Faixa de Gaza".

Yahya Sinouar representava a linha mais dura e beligerante do Hamas e era considerado por Israel o mentor dos ataques de 07 de outubro de 2023 em território israelita, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e outras 250 foram raptadas.

Este ataque, que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, tornou-o no homem mais procurado por Israel desde então e ao longo da sua ofensiva em grande escala no enclave palestiniano, que já matou mais de 42 mil pessoas, na maioria civis, segundo o Governo local controlado pelo Hamas.

Sinouar terá planeado cuidadosamente os ataques de 07 de outubro juntamente com o chefe das Brigadas al-Qasam, o braço armado do Hamas, Mohamed Deif, assassinado num ataque israelita em junho passado em Mawasi, no sul da Faixa de Gaza.

Antigo comandante de elite nas Brigadas Al-Qassam, procurado por Israel e também incluído pelos norte-americanos na sua lista de terroristas internacionais, Yahya Sinouar movia-se no maior segredo e não surgia em público desde 07 de outubro.

No passado, Israel assassinou vários líderes do Hamas: o fundador do grupo, o Xeque Ahmed Yasin, em cadeira de rodas, em março de 2004, e o seu sucessor, Abdelaziz Rantisi, menos de um mês depois, bem como dois outros líderes do braço armado do grupo islamita, Salah Shehade (2002) ou Ahmed Yabari (2012).

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