Passaram 25 anos desde que a Alemanha legitimou a sua reunificação. Foi neste dia, em 1990, menos de um ano após a queda do muro de Berlim, que a República Federal Alemã (RFA) e a República Democrática Alemã (RDA) assinalaram a sua reunificação. Ainda hoje são notórias as diferenças entre ambas as partes.
Ao longo dos anos, o país esteve no centro das grandes crises que assolaram o continente no século XX e, atualmente, Berlim tem uma posição determinante na geopolítica. Manifestou sempre uma disposição decisiva nas crises mais recentes, como a da Grécia e a da questão dos refugiados.
"O amor vence fronteiras"
Para comemorar os 25 anos da reunificação, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente Joachim Gauk deslocaram-se até ao prédio da antiga igreja Paulskirche, em Frankfurt, edifício considerado o berço da democracia do país. Ali, assinaram o Livro de Ouro da cidade. Arlinda Brandão - Antena 1
Este é um dia em que se espera a presença de milhares de visitantes, como acontece todos os anos. Para esta celebração foi criado o lema "O amor vence fronteiras".
Também este sábado, no edifício da Alte Oper, estará presente o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Hans-Dietrich Genscher, para muitos o "arquiteto da reunificação".
Diferenças mantêm-se
Separadas desde 1945, as duas alemanhas só foram reunidas quase meio século depois. A na altura próspera RFA absorveu a ex-comunista Alemanha, a de leste, que estava em declínio económico.
Mas 45 anos é tempo suficiente para deixar marcas diferenciadoras entre as duas partes. Um estudo da YouGov revela que os alemães também sentem essas diferenças.
Os resultados mostram que 71 por cento dos alemães do ocidente, ex-República Federal Alemã, e 83 por cento dos da Alemanha de leste, ex-República Democrática Alemã, consideram que ainda permanecem "grandes diferenças" entre as partes.
Apesar das transformações progressivas no país e o reforço da sua posição no espaço europeu, ainda hoje são visíveis singularidades entre o ocidente e o oriente.
É a leste que a Alemanha ainda regista números de desemprego mais elevados e não há grandes empresas fixadas nessa região. No desporto, também não há clubes de futebol de leste a competir na Bundesliga.
O ocidente é ainda nos dias de hoje mais conservador, com uma visão diferente do papel da família e da mulher na sociedade.