Alejandro Toledo condenado a 20 anos de prisão

por Lusa
Alejandro Toledo ouviu a condenação com aparente tranquilidade Reuters

O antigo presidente peruano Alejandro Toledo foi condenado, por um tribunal de Lima, a 20 anos e seis meses de prisão por corrupção e branqueamento de capitais no âmbito do escândalo da empresa brasileira Odebrecht.

"Este tribunal aprova o pedido da acusação de 20 anos e seis meses de prisão para Alejandro Toledo Manrique", anunciou o tribunal, na segunda-feira, numa audiência em que o antigo chefe de Estado esteve presente.

O antigo homem forte do Peru (2001-2006), que aceitou a sentença com aparente serenidade, foi considerado culpado de ter recebido dezenas de milhões de dólares do gigante brasileiro da construção civil.

Toledo defendeu ser inocente desde que o grupo brasileiro prestou declarações à Justiça norte-americana, em 2016, sobre um vasto sistema de corrupção regional para obter contratos públicos.

O advogado de Toledo Roberto Su disse à imprensa que tenciona recorrer da sentença.

O antigo presidente foi detido, em 2019, nos Estados Unidos, no âmbito deste escândalo e colocado em prisão domiciliária na Califórnia até ser extraditado, em abril de 2023, tendo ficado em prisão preventiva na penitenciária de Barbadillo, a leste de Lima.

Alejandro Toledo é o primeiro dos quatro antigos presidentes peruanos investigados no âmbito deste escândalo a ser condenado.

Os outros três são Ollanta Humala (2011-2016), Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018) e Alan Garcia (2006-2011), que se suicidou em 2019, quando estava prestes a ser detido no âmbito deste caso.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indicou que a Odebrecht distribuiu 788 milhões de dólares (728 milhões de euros) ao longo de mais de uma década numa dezena de países da América Latina e dois em África.

 

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