Ajuda humanitária suspensa devido a falha nos sistemas de comunicação

por Lusa

Os sistemas de comunicação na Faixa de Gaza estão hoje inoperacionais, pelo segundo dia consecutivo, fazendo com que as agências de ajuda humanitária suspendessem as entregas transfronteiriças.

"Gaza recebe agora apenas 10% dos alimentos necessários diariamente e a desidratação e a subnutrição estão a aumentar, com quase todos os 2,3 milhões de pessoas no território a necessitarem de alimentos", disse o porta-voz regional do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas para o Médio Oriente, Abeer Etefa.

"As pessoas enfrentam a possibilidade imediata de morrer de fome", alertou.

"Com poucos camiões a entrar em Gaza e nenhum combustível para distribuir os alimentos, "não há forma de satisfazer as atuais necessidades de fome", disse.

De acordo com Abeer Etefa, a rutura da rede de comunicações, que é crucial para a coordenação da entrega da ajuda, significou um agravamento ainda maior da situação.

A agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA) informou que nenhuma entrega de ajuda poderia entrar hoje no sul de Gaza vinda do Egito.

"Vimos combustível, alimentos, água e assistência humanitária serem usados como arma de guerra", disse a porta-voz da agência, Juliette Touma.

O combustível é necessário para os geradores que alimentam sistemas de comunicação de emergência, hospitais, centrais de dessalinização e outras infraestruturas críticas em Gaza.

Israel tem entrado mais profundamente na Cidade de Gaza e as suas tropas têm procurado no maior hospital de Gaza, Shifa, vestígios de um centro de comando do Hamas que os militares alegam estar localizado debaixo do edifício.

Os militares têm mostrado imagens do que dizem ser a entrada de um túnel e armas encontradas num camião dentro do complexo, mas ainda não há nenhuma evidência do centro de comando, que o Hamas e Shifa negam existir.

O ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas contra o sul de Israel, a 07 de outubro, deixou mais de 1.200 mortos, tendo sido feitos paralelamente mais de 240 reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com o corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

A guerra entre Israel e o Hamas, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.500 mortos, na maioria civis, 29.800 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.

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