Ajuda humanitária desembarcada em cais temporário construído em Gaza

por Lusa
Reuters

O Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) informou hoje que vários camiões com ajuda humanitária começaram a desembarcar, pela primeira vez, na Faixa de Gaza através do cais flutuante construído pelos norte-americanos na costa do enclave palestiniano.

"Hoje, aproximadamente às 09:00, horário local (07:00 em Lisboa), camiões com ajuda humanitária começaram a desembarcar através do cais temporário em Gaza. Este é um esforço multinacional contínuo para fornecer ajuda adicional à população civil palestiniana através de um corredor marítimo de caráter totalmente humanitário", disse o CENTCOM num comunicado, citado pela agência de notícias EFE.

O Exército dos Estados Unidos descartou o envio de tropas para a zona e especificou que os camiões contêm principalmente "produtos básicos doados por vários países e organizações humanitárias" para aliviar a grave crise enfrentada pelos palestinianos na zona.

Esta foi a primeira vez que a ajuda humanitária foi desembarcada através deste cais temporário.

Esta estrutura - que foi construída pelos norte-americanos e idealizada após o ínício da guerra entre Hamas e Israel há oito meses - servirá como centro para a entrega de suprimentos, uma vez que Gaza não possui um porto suficientemente profundo para receber grandes navios de carga.

Prevê-se que cerca de 90 camiões por dia cheguem a Gaza graças a esta infraestrutura, número que aumentará para 150 na segunda fase do plano.

O porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, disse na terça-feira que o Programa Alimentar Mundial (PMA) liderará a distribuição da ajuda descarregada do cais temporário. A ajuda chegará através de um corredor marítimo aberto a partir do Chipre.

No entanto, tanto os Estados Unidos como a ONU alertaram que este cais não pode ser considerado um substituto para as entregas terrestres, uma vez que as áreas que necessitam de mais ajuda estão mais longe da praia.

Assim, a ONU destacou que as rotas terrestres "são o método de entrega de ajuda mais viável, eficaz e eficiente", razão pela qual é necessário abrir "pontos de passagem".

"Para evitar os horrores da fome, devemos usar a rota mais rápida e óbvia para chegar ao povo de Gaza, e para isso precisamos de acesso terrestre agora", referiu a ONU.

O exército israelita aumentou os seus bombardeamentos contra Rafah e outras cidades do enclave palestiniano nas últimas semanas e em 07 de maio assumiu o controlo do lado palestiniano da passagem de fronteira de Rafah, suspendendo as operações humanitárias.

Tópicos
PUB