Nações Unidas, Nova Iorque, 22 mar (Lusa) - Pelo menos um quarto da população mundial em 2050 viverá num país com falta de água crónica ou recorrente, alertaram hoje as Nações Unidas, cujo secretário-geral, António Guterres, defendeu que o problema é de alta prioridade.
"A crescente crise de falta de água deveria estar muito mais em cima no radar do mundo", afirmou Guterres, no Dia Mundial da Água, indicando que é uma questão "de vida ou de morte".
Guterres falava no arranque de uma campanha que durará dez anos e através da qual a ONU quer melhorar a gestão da água a nível mundial, para evitar a "crise global" que se avizinha no contexto atual.
Cerca de 40% da população já sofrem com escassez de água, por causa da qual 700 milhões de pessoas poderão ter de sair do local onde vivem.
"Com a procura de água potável a crescer previsivelmente 40% em meados do século e com o impacto crescente das alterações climáticas, a escassez de água é uma preocupação enorme", reforçou António Guterres.
Governos de todo o mundo estiveram representados na apresentação da "década de ação" para a água na Assembleia-Geral da Organização.
Os objetivos da campanha são gerar vontade política para haver mais cooperação internacional e concertar os programas de poupança de cada país com os objetivos de desenvolvimento sustentável definidos pela ONU.
A campanha da ONU é lançada na semana em que dirigentes, empresas e organizações de 150 países estão reunidos no Fórum da Água, em Brasília, e que termina na sexta-feira.