Agressor do marido da líder do Congresso dos EUA estava à procura de Nancy Pelosi

por Lusa

O homem que atacou hoje o marido da líder do Congresso norte-americano perguntou "onde está Nancy Pelosi?" após invadir a residência e de atacar Paul Pelosi com um martelo, adiantou uma fonte à agência Associated Press (AP).

Paul Pelosi, marido da líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, foi "violentamente agredido" por um homem que assaltou hoje a residência da família em São Francisco e está a ser devidamente assistido no hospital, disse um porta-voz da família.

Pelosi, de 82 anos, sofreu "ferimentos contundentes" no assalto, mas não corre perigo de vida, acrescentou Drew Hammill.

Segundo fonte da AP, o agressor de Paulo Pelosi gritou "onde está Nancy, onde está Nancy?" depois de invadir a residência destes em San Francisco, no Estado da Califórnia.

"O motivo deste ataque ainda está a ser determinado", referiu o chefe de polícia de San Francisco, William Scott, em conferência de imprensa.

O suspeito, já detido, foi identificado como David Depape, acrescentou.

"Os nossos agentes depararam-se com Pelosi e o suspeito a segurarem um martelo. O suspeito puxou o martelo para longe de Pelosi e atacou-o violentamente com ele. Os nossos agentes imediatamente abordaram o suspeito, desarmaram-no, levaram-no sob custódia, solicitaram reforços de emergência e prestaram assistência médica", explicou o chefe da polícia de San Francisco.

Scott acrescentou que Depape pode ser acusado de tentativa de homicídio, agressão com arma mortal, abuso contra idosos e outras acusações.

Numa conferência de imprensa sem direito a perguntas, a procuradora Brooke Jenkins explicou que está a trabalhar com a polícia e o FBI para decidir as "acusações apropriadas" contra o agressor.

O alerta para o incidente foi dado pelas 02:27 (10:27 em Lisboa).

Nancy Pelosi não estava na residência na altura do assalto, depois de ter regressado esta semana a Washington para participar numa conferência sobre segurança na Europa e tem previsto na noite de sábado estar num evento ao lado da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris.

O Presidente Joe Biden e legisladores de ambos os partidos reagiram ao ataque com choque e manifestaram votos de melhoras para a família Pelosi.

"O que aconteceu com Paul Pelosi foi um ato covarde", sublinhou o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer.

Já o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, realçou através da rede social Twitter que estava "horrificado e enojado com os relatos" da agressão a Paul Pelosi.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, destacou que o chefe de Estado norte-americano está em contacto com Nancy Pelosi.

Embora as circunstâncias do ataque não sejam claras, o incidente a poucos dias das eleições intercalares de 08 de novembro levanta questões adicionais sobre a segurança dos membros do Congresso e respetivas famílias, já que as ameaças aos legisladores estão em alta quase dois anos após a violenta insurreição do Capitólio.

Os membros do Congresso receberam subsídios adicionais para aumentarem o nível de segurança nas respetivas residências.

No entanto, alguns congressistas pressionaram no Congresso para que fosse garantida maior proteção, pois foram registados alguns assaltos, além de uma "quantidade crescente de intimidações ameaçadoras", segundo reporta a agência noticiosa Associated Press (AP).

Segundo a Polícia do Capitólio, responsável por proteger os membros do Congresso, as ameaças mais que duplicaram desde 2017, passando de 3.939 para 9.625 em 2021.

Frequentemente ao lado de Nancy Pelosi em eventos formais em Washington, Paul Pelosi é um investidor de sucesso que permanece grande parte do tempo na Costa Oeste. O casal tem cinco filhos adultos e muitos netos.

No início deste ano, Paul Pelosi declarou-se culpado de conduzir sob a influência de drogas no caso de um acidente de viação em maio na região vinícola da Califórnia e foi condenado a cinco dias de prisão e a três anos de liberdade condicional.

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