Agravamento da tensão assinala o 60º aniversário do conflito

por RTP
A Península Coreana continua sob forte tensão e dividida pelo paralelo 38 N Dr

A Coreia do Norte e a sua homónima do Sul vivem um especial momento de tensão ao mesmo tempo que se assinala o 60º aniversário do fim da guerra que opôs o Norte contra o Sul em 1950-53. O bloqueio de uma área marítima com o afundamento de uma corveta sul-coreana que fez 46 mortos agravou um relacionamento, que nunca chegou a ser normalizado entre a Coreia do Norte comunista e a Coreia do Sul apoiada pelos Estados Unidos.

Sessenta anos depois do desencadear de um dos conflitos mais violentos da época da "guerra fria", a península coreana continua dividida pelo paralelo 38 N, com os dois países altamente militarizados.

O momento em que a Coreia do Sul assinalou o início do conflito entre os dois países, que usam o mesmo nome, é especialmente tenso.

Em Março passado, uma corveta sul-coreana "Sheonan" foi afundada por um torpedo de profundidade norte-coreano, de que resultaram 46 marinheiros sul-coreanos mortos.

Apesar de a conclusão de um inquérito internacional ter concluído pela responsabilidade do regime comunista do norte, este rejeitou as acusações, ameaçando desencadear uma guerra caso fosse condenado ou, lhe fossem impostas sanções pelo incidente.

Esta quinta-feira, na cerimónia pública que assinalou o 60 aniversário do principio da guerra entre os dois países da península coreana, o Presidente sul-coreano, Lee Myung-bak instou o regime do norte a parar com as provocações.

"A Coreia do Norte deveria assumir uma atitude responsável face à comunidade Internacional" disse, acrescentando que "a Coreia do Norte deveria parar com as provocações militares irresponsáveis tomar o caminho que permita que os 70 milhões de coreanos possam vive juntos".

O clima de tensão aumentou desde então, com oficiais sul-coreanos a denunciarem um bloqueio à navegação na sua costa ocidental, o que, segundo dizem, é um indicador habitual de testes balísticos com mísseis.

"A decisão é vista como parte de um exercício de rotina pelas tropas norte-coreanas, mas estamos a monitorizar as suas actividades" declarou um porta-voz citado pela AFP, que optou pelo anonimato.

"Ainda não detectámos quaisquer sinais de preparação para lançamento de mísseis", acrescentou.

Na cerimónia que assinalou o 60 aniversário do desencadeamento da guerra entre 1950 e 1953, o Presidente da Coreia do Sul declarou que o objectivo do seu país "não era uma confrontação militar mas uma reunificação na paz".

A guerra demorou cerca de quatro anos com o norte a ser fortemente apoiado pela então União Soviética e o sul a ser sustentado pelos Estados Unidos e pelos seus aliados e causou cerca de três milhões de vítimas mortais para além de inúmeros prejuízos materiais e financeiros.

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