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"Agora depende do Hamas". Antony Blinken anuncia acordo de Israel para cessar-fogo

por Graça Andrade Ramos - RTP
Antony Blinken, secretário de estado dos EUA Kevin Mohatt - Reuters

O secretário de estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou em Telavive que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lhe garantiu apoio ao plano do presidente dos EUA, Joe Biden para conseguir tréguas em Gaza.

"Agora depende do Hamas aceitar o plano", acrescentou Blinken durante a conferência de imprensa, deixando a bola no campo do grupo palestiniano islamita, que governa o enclave e que tem sido o alvo principal da campanha militar israelita que decorre há 10 meses e que provocou uma crise humanitária sem precedentes na região.

Blinken revelou ainda que se vai deslocar ao Qatar após as visitas a Israel e ao Egito, para firmar o cessar-fogo.

O responsável pela diplomacia norte-americana referiu que o encontro com Netanyahu foi "muito construtivo", revelando que o primeiro-ministro prometeu ainda enviar uma "delegação" às próximas rondas de negociações.

Blinken disse também que pediu ao líder israelita para "agir" contra a violência dos colonos contra palestinianos.

O líder norte-americano sublinhou igualmente que o compromisso dos Estados Unidos com a segurança de Israel não está em causa.

É, afirmou, "algo que estamos a por em prática praticamente todos os dias desde 7 de outubro", data em que o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra o sul de Israel, que se saldou por 1200 mortos israelitas e o sequestro de 250 reféns.

No início da sua visita a Israel, Antony Blinken disse que esta é a "última oportunidade" para um cessar-fogo em Gaza.
Dois meses de adiamentos
A proposta do presidente norte-americano, Joe Biden, foi apresentada há mais de dois meses mas a sua assinatura tem sido protelada por avanços e recuos no terreno e nas negociações.

O plano assenta em três fases, com a entrega progressiva de reféns contra o estabelecimento de um cessar-fogo e retirada total de Israel, por um período mínimo inicial de seis semanas, a par da entrada de auxílio humanitário e culminando no passo final de reconstrução da Gaza.

A morte de dois líderes proeminentes do Hamas, Ismail Haniyeh, e da guerrilha islamita libanesa, Hezbollah, Fuad Shukr, a 30 e a 31 de julho, ameaçou deitar tudo a perder, sob ameaça de uma reação em força iraniana, que apoia tanto o Hamas como o Hezbollah, e o alargar do conflito a toda a região.

A reação norte-americana e de outras potências regionais ajudou a evitar a prometida escalada.

Há uma semana, o Hamas vincou em comunicado que os Estados Unidos, Egito e Catar devem apresentar um novo plano para um cessar-fogo com base na proposta de Biden.

A nova proposta deve surgir em vez de serem encetadas "mais rondas de negociações ou novas propostas que dêem cobertura à agressão" de Israel, afrimou então o grupo, que acusa Israel de genocídio do povo de Gaza.

Após a conferência de imprensa de Blinken, Benjamin Netanyahu, publicou uma nota em que diz pretender a libertação do "máximo de reféns vivos" logo desde o início de cessar-fogo.

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, ordenou entretanto novas mobilizações de militares na reserva devido à escassez de tropas na Faixa de Gaza, onde a guerra já provocou mais de 300 baixas em 10 meses.
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