O general Victor Afzalov substituirá o demitido Sergei Surovikin - conhecido pelo laços com o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin - como chefe das Forças Aeroespaciais Russas, noticiou hoje agência de notícias oficial RIA Novosti.
Afzálov - que foi promovido em 2022 a coronel-general pelo Presidente russo, Vladimir Putin - substituirá interinamente Surovikin, que ocupava o cargo desde 2017.
A imprensa russa admite que nos últimos anos quase não existem informações sobre o novo chefe das Forças Aeroespaciais, que fez carreira no distrito militar oriental.
Na terça-feira, o diário russo RBC noticiou que o general Sergei Surovikin tinha sido afastado do cargo.
"Ele está atualmente no meio de umas férias curtas", disse uma fonte ao diário russo, enquanto uma segunda fonte afirmou que Surovikin foi demitido pelo Ministério da Defesa russo.
O general demitido assumiu a liderança daquele ramo das tropas em outubro do ano passado, mas, depois de ordenar a retirada do terço norte da região ucraniana de Kherson, foi substituído em janeiro de 2023 pelo chefe do Estado-Maior, Valeri Guerasimov.
Surovikin caiu em desgraça após a fracassada rebelião armada liderada por Prigozhin, que na altura reconheceu ter planeado pessoalmente com o referido general a operação para tomar a cidade de Bakhmut, algo que os mercenários conseguiram em maio passado.
Criticando Guerasimov e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, Prigozhin garantiu que, com Surovikin no comando, os seus homens nunca teriam tido problemas com o fornecimento de equipamento e munições, pelos quais culpou os dois primeiros em diversas ocasiões.
Desde a revolta do Grupo Wagner, em 23 e 24 de junho, Surovikin desapareceu dos olhos do público, embora em meados de julho um deputado, Andrei Kartapolov, tenha garantido: "Ele está a descansar".
O Kremlin nunca confirmou a prisão do general por apoiar o motim, o que também foi refutado pela sua própria filha.
Posteriormente, os mercenários Wagner foram enviados para a sua nova base, a Bielorrússia, de onde retomaram as suas operações em África, confirmou Prigozhin.
Surovikin liderou, com exceção de alguns meses, o contingente militar russo na Síria entre 2017 e 2019, pelo que foi distinguido pelo Presidente russo, Vladimir Putin, como Herói da Rússia.
Ficou conhecido como "General Armagedão" pela brutalidade das suas operações contra cidades como Aleppo, controladas pela oposição ao líder sírio Bashar al-Assad.
