Face à violência registada nos últimos seis dias em várias cidades da África do Sul, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, exortou uma vez mais a comunidade portuguesa a "evitar deslocações, principalmente às áreas mais problemáticas".
As províncias de KwalaZulu, de Gauteng e especificamente a cidade Joanesburgo, "onde se têm registado alguns distúrbios", são especialmente desaconselhadas.
"Se tiverem comércio e empresas nessas área, se possível não as abram", recomendou ainda Berta Nunes, aos empresários lusos naquele país.
As pilhagens têm sido uma das consequências diretas dos protestos e da violência registada desde a prisão do ex-Presidente Jacob Zuma.
"Estejam atentos às recomendações e orientações das autoridades locais", acrescentou a secretária das Comunidades, disponibilizando-se para acolher aqueles que "tiverem necessidade ou pedido de esclarecimento", num reforço da mensagem enviada pela embaixada lusa às comunidades e associações portuguesas na África do Sul.
Os contactos necessários foram enviados no mesmo comunicado, referiu Berta Nunes, lembrando que o Serviço de Emergência consular "funciona 24h por dia e que essa informação está no Portal das Comunidades".
A responsável confia na experiência dos portugueses, já "habituados a situações difíceis". "Sabem o que fazer", referiu, não antecipando qualquer pedido de retirada do país.
"Nós sabemos que as autoridades têm já no terreno o exército a apoiar a polícia e a nossa expectativa é que esta situação se acalme", afirmou.
Não foram reportadas mortes ou ferimentos entre os portugueses, revelou ainda Berta Nunes.
"Até este momento não temos qualquer informação nem de mortes nem de ferimentos graves, houve mortes de facto, o que lamentamos, mas não na comunidade portuguesa e por isso mesmo dizemos que se tenha a maior das precauções", confirmou a secretária das comunidades.
Os telefonemas recebidos até agora na embaixada e no consulado portugueses têm procurado orientações ou relatado incidentes testemunhados, revelou Berta Nunes.
As autoridades portuguesas no país estão ainda prontas a retirar do país os portugueses que o peçam.
"Temos sempre essa possibilidade, caso seja necessário accionar o plano de regresso, mas neste momento não se coloca essa possibilidade de maneira nenhuma", afirmou a diplomata, lembrando a boa integração dos portugueses na África do Sul.
"Já não é a primeira vez que enfrentam situações difíceis como esta ou até mais difíceis e sabem as precauções que devem ter e estão a tê-las. Mesmo em Joanesburgo, o sr embaixador comunicou-nos há poucos minutos que a maior parte das pessoas estão em casa e estão a seguir essas precauções que estão a ser recomendadas".