Afinal ataque iraniano deixou 50 militares dos EUA com traumatismos cranianos

por RTP
Soldados dos norte-americanos a revistar o local onde um míssil iraniano atingiu a base aérea de Ain al-Asad. John Davison - Reuters

Os Estados Unidos confirmaram, na terça-feira, que foram diagnosticadas lesões cerebrais a 50 militares norte-americanos, em consequência do ataque iraniano a uma base militar no Iraque, no início de janeiro. Inicialmente, Donald Trump tinha afirmado que não havia mortos nem feridos em resultado do ataque.

No final da semana passada, o Pentágono anunciou que 34 militares norte-americanos tinham ficado com traumatismos cranianos, na sequência do ataque de Teerão, com mísseis, contra as bases militares de Ain al-Asad e Erbil, no Iraque.

As autoridades confirmaram, esta terça-feira, que o número de militares com lesões cerebrais diagnosticadas subiu para 50.

"Até agora, 50 indivíduos ao serviço dos EUA foram diagnosticados" com traumatismo cranioencefálico, informou o porta-voz do Pentágono, tenente-coronel Thomas Campbell.

Dos 50 militares tratados no Iraque, 31 já voltaram ao serviço e outros 18 foram levados para a Alemanha para mais avaliações e tratamentos, confirmou ainda o Pentágono.

"Trata-se de um registo deste momento. Os números podem mudar", lamentou Campbell.

Trump disse que eram "dores de cabeça"

Os sintomas destas lesões incluem dores de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz e náuseas.

Na sexta-feira passada, o Presidente dos EUA minimizou os primeiros relatos de lesões, afirmando que os militares "tinham dores de cabeça e algumas outras coisas", mas na sua opinião "não é muito sério". 

O comandante nacional do Veteranos de Guerras no Estrangeiro, William Schmitz, respondeu posteriormente que os militares norte-americanos esperam "um pedido de desculpas do Presidente aos homens e mulheres em serviço pelas suas observações erradas".

Segundo dados do Pentágono, o traumatismo crânioencefálico já foi diagnosticado em cerca de 408 mil militares desde 2000.

Relembre-se que Teerão lançou mísseis contra as bases de Ain al-Assad e Erbil, no Iraque, onde estavam soldados norte-americanos, em retaliação pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

Na altura, o Presidente norte-americano começou por dizer que o ataque não tinha matado ou ferido nenhum militar norte-americano.


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