Vários ataques áereos israelitas atingiram esta quinta-feira, 26 de dezembro, locais controlados pelos rebeldes Houthis no Iémen, incluindo o aeroporto internacional de Sanaa e uma central elétrica em Hodeida, no oeste do Iémen, de acordo com um comunicado dos rebeldes. Segundo os meios de comunicação social geridos pelos Houthis, os ataques israelitas no Iémen provocam três mortos e 14 feridos.
“O ataque ao aeroporto internacional de Sanaa e a outras
infra-estruturas civis é um crime sionista contra todo o povo iemenita",
reagiu Mohammed Abdelsalam, porta-voz dos Houthis.
"Quem tenta atacar-nos deve ser atingido com força"
Os ataques no Iémen surgem um dia depois de os rebeldes Houthis terem
reinvidicado a responsabilidade pelo lançamento de um míssil balístico e
de dois drones contra Telavive na madrugada de sábado, um ataque que Israel não conseguiu intercetar e que provocou ferimentos ligeiros a 16 pessoas no centro da capital do país.
Na sequência do ataque o
primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou na segunda-feira o exército
para "destruir as infra-estruturas" dos Houthis "porque quem tenta
atacar-nos deve ser atingido com força".
Esta quinta-feira as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram terem atingido "alvos militares" dos rebeldes Houthis no Iémen, que acusa de estarem no "coração do eixo do terror iraniano" e levarem a cabo "ataques contra navios internacionais e rotas marítimas" que consideram que "continuam a desestabilizar a região e o resto do mundo", num comunicado divulgado durante a tarde.
“Os caças atingiram alvos militares do regime terrorista Houthi na costa ocidental e no interior do Iémen”, declarou o exército israelita em comunicado.“Os alvos atingidos incluem infra-estruturas militares utilizadas pelos Houthis no Aeroporto Internacional de Sanaa e nas centrais elétricas de Hezyz e Ras Katanib”, acrescentou. “O exército também atacou infra-estruturas militares nos portos de Hodeida, Salif e Ras Katanib, na costa ocidental”.
Diretor da OMS a "são e salvo"
O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou na sua conta da rede social X estar a "são e salvo" após o bombardeamento do aeroporto de Sanaa, na capital do Iémen, onde se encontrava numa missão para avaliar a situação sanitária e humanitária do país.
"Quando estávamos prestes a embarcar no nosso voo de Sanaa, há cerca de duas horas, o aeroporto foi alvo de bombardeamentos aéreos", anunciou o chefe da OMS.
"Um dos membros da tripulação do nosso avião ficou ferido. Pelo menos duas pessoas foram dadas como mortas no aeroporto. A torre de controlo do tráfego aéreo, a sala de embarque - a poucos metros do local onde nos encontrávamos - e a pista foram danificadas" adiantou.
"Teremos de esperar que os danos no aeroporto sejam reparados antes de podermos partir", concluíu o líder da ONU na sua publicação.
Houthis, Hamas e Irão condenam ataque
Os rebeldes Houthis, que controlam grande parte do Iémen, o movimento islamita palestiniano Hamas e o Irão, aliado dos Houthis, condenaram de imediato os ataques israelitas no Iémen.
O Hamas, em guerra com Israel na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023, condenou "a brutal agressão terrorista levada a cabo pelo inimigo sionista" enquanto Teerão qualificou os ataques de "crime contra o povo heroico do Iémen" que "não se poupou a esforços para apoiar o povo oprimido da Palestina face à ocupação e ao genocídio".
"O Hamas condena a brutal agressão terrorista levada a cabo pelo inimigo
sionista contra os nossos irmãos no Iémen, visando locais civis,
incluindo o aeroporto de Sanaa e o porto de Hodeida”, afirmou o
movimento islamita em comunicado. "Este ataque é uma extensão da ilegalidade e do
terrorismo demonstrados pelo governo de ocupação (israelita) contra o
povo palestiniano e outros povos da região".
Por sua vez, o porta-voz dos Negócios Estrangeiros do Irão, Esmaeil Baqaei, declarou que os "ataques constituem uma clara violação da paz e da segurança
internacionais e um crime contra o povo heroico do Iémen, que não se
poupou a esforços para apoiar o povo oprimido da Palestina face à
ocupação e ao genocídio", em comunicado.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza que os Houthis lançaram vários ataques contra Israel e os seus aliados, visando maioritariamente navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, alegando solidariedade com o povo palestiniano.
c/agências