Três administradores da NOS ligados a Isabel dos Santos renunciaram esta quinta-feira aos seus cargos. A informação foi avançada pela empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Entre os três administradores não executivos da NOS que renunciaram está o presidente do conselho de administração, Jorge de Brito Pereira, sócio da Uria Menendez - Proença de Carvalho e advogado de Isabel dos Santos.
“Os senhores Dr. Jorge de Brito Pereira, Dr. Mário Filipe Moreira Leite da Silva e Dra. Paula Cristina Neves Oliveira apresentaram hoje, ao conselho fiscal, as respetivas renúncias aos cargos de membros não executivos do conselho de administração desta sociedade”, lê-se no comunicado.
Mário Leite da Silva, que é gestor de Isabel dos Santos e considerado o seu 'braço direito', e Paula Oliveira, amiga da empresária, foram constituídos arguidos em Angola, no âmbito do processo Luanda Leaks. Os três administradores não executivos estavam a cumprir o mandato para o triénio 2019/2021.
Mário Leite da Silva, que é gestor de Isabel dos Santos e considerado o seu 'braço direito', e Paula Oliveira, amiga da empresária, foram constituídos arguidos em Angola, no âmbito do processo Luanda Leaks. Os três administradores não executivos estavam a cumprir o mandato para o triénio 2019/2021.
Na segunda-feira, a Sonae anunciou que estava a "acompanhar" com "atenção e preocupação" o processo Luanda Leaks, o qual detalha alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos, nomeadamente devido às alusões que eram feitas a administradores não executivos da NOS.
A renúncia aos cargos acontece quatro dias depois de um consórcio de jornalistas ter divulgado o dossier denominado Luanda Leaks, que revela alegados esquemas financeiros da empresária angolana Isabel dos Santos, filha do antigo chefe de Estado de Angola.
Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República angolana anunciou que constituiu Isabel dos Santos como arguida e admitiu que iria pedir um mandado de captura internacional, caso não fosse possível notificá-la.
Irmã desafia Isabel dos Santos a devolver dinheiro
Esta quinta-feira, a irmã de Isabel dos Santos, Tchizé, ex-deputada do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), desafiou-a a devolver 75 milhões de euros ou dólares a Angola "para resolver o problema", fazendo ainda referência ao caso que envolve a administradora da NOS Paula Cristina Neves Oliveira.Antena 1
"Há o tal contrato do Dubai, mas aquilo ainda não é prova de ilicitude, a menos que aquilo que a senhora Paula [Cristina Neves Oliveira] assinou esteja a ser usufruído pela engenheira Isabel dos Santos, mas acho que a senhora Paula fez o contrato, prestou os serviços, recebeu o dinheiro, pode haver uma questão moral mas não é crime".
"Como cidadã, esquecendo que sou irmã da engenheira Isabel eu, sabendo que tem ativos em Angola e fora, eu se estivesse no lugar da cidadã Isabel dos Santos, mesmo que o dinheiro fosse todo lícito, o Estado angolano está a deixar muito claro que precisa urgentemente que a engenheira Isabel transfira algumas divisas para Angola", disse Welwitschia (Tchizé) dos Santos numa declaração partilhada numa rede social.
Para a antiga deputada do MPLA, Isabel dos Santos devia retribuir as oportunidades de negócio de que beneficiou em Angola e saldar a dívida para com a Sonangol.Antena 1
"O que está em causa é a dívida de 75 milhões? Pague, então, se estão pedir euros e não querem kwanzas, apesar de um Estado, normalmente, querer receber na sua moeda, mas se precisa de dólares e está a pedir à cidadã, a cidadã que mais beneficiou das oportunidades de negócio em Angola, está na hora de a cidadã retribuir tudo o que o Estado lhe proporcionou, propiciando que fizesse grandes negócios e tornar-se a mulher que é hoje... pronto, mande dinheiro para Angola", desafiou Tchizé.
"O que está em causa é a dívida de 75 milhões? Pague, então, se estão pedir euros e não querem kwanzas, apesar de um Estado, normalmente, querer receber na sua moeda, mas se precisa de dólares e está a pedir à cidadã, a cidadã que mais beneficiou das oportunidades de negócio em Angola, está na hora de a cidadã retribuir tudo o que o Estado lhe proporcionou, propiciando que fizesse grandes negócios e tornar-se a mulher que é hoje... pronto, mande dinheiro para Angola", desafiou Tchizé.
c/ Lusa