Administração Biden anuncia novas medidas para expandir venda de veículos elétricos
O presidente norte-americano anunciou esta quarta-feira uma nova medida que pode mudar o setor automóvel nos Estados Unidos. Sendo uma das indústrias económicas mais fortes do país, Joe Biden quer cortar emissões de carbono em 56 por cento até 2032 tanto em carros ligeiros como em camiões pequenos, já que estes são uma das principais fontes de emissão de gases para atmosfera nos Estados Unidos.
Se a nova medida for em frente, estima-se que em 2055, quando a lei estiver completamente implementada, cerca de sete mil milhões de toneladas de carbono tenham sido cortados. A Casa Branca garantiu também que a emissão de pequenas partículas também vai cair em 95 por cento, de acordo com o Guardian.
No entanto, até ao anúncio desta nova medida, Biden e a sua administração tiveram de lutar contra os obstáculos republicanos colocados pelo caminho. Apesar de manter a meta de uma redução de emissões em 56 por cento, os valores a serem cortados até 2032 terão de ser menores e a evolução tem de se tornar ainda mais gradual.
Esta mudança está alinhada com as solicitações dos sindicatos dos trabalhadores do setor automóvel, que pediram à Agência de Proteção Ambiental para implementar restrições justas para que a mudança para a produção de carros elétricos não impacte de forma “desproporcionada” a produção automóvel nos Estados Unidos. Lembrou também que os empregos no setor elétrico não têm salários tão bons.
Apesar do anúncio, vários ativistas acusam que as mudanças impostas pelos republicanos levam a que a transição climática seja demasiado gradual e que vai permitir ao setor automóvel manter a produção de carros movidos a comustíveis fósseis, o que no longo prazo não vai cortar emissões.
Os números mostram que no futuro a venda de carros elétricos vai crescer nos próximos anos. No entanto, a Agência de Proteção Ambiental avisa que até 2032 as vendas destes carros têm de ser pelo menos dois terços das vendas de carros e camiões movidos a combustíveis fósseis para que se consiga alcançar metas de redução.
A Agência explicou que esta medida vai levar a uma poupança de 99 mil milhões de dólares por ano, o que inclui uma redução de 46 mil milhões de dólares no gasto em combustíveis e perto de 16 mil milhões em reparação e manutenção. Estima-se que até 2055 cerca de 2500 vidas sejam salvas.
Para além das críticas de alguns ativistas, a nova medida anunciada por Joe Biden também foi alvo de elogios.
“Todos os dias, milhões de americanos sofrem com a poluição, preços da gasolina insustentáveis e a crise climática, tudo alimentado por emissões a serem cuspidas de carros a gasolina nas nossas comunidades. Hoje, o Presidente Biden, numa das ações mais significativas da sua administração, estabeleceu padrões com benefícios que vão muito além da redução de emissões de carbono”, explicou Bem Jealous, diretor executivo do Sierra Club, um dos mais proeminentes grupos ecologistas dos Estados UnidosContra-ataque republicano
Mesmo depois do anúncio de Joe Biden, é possível que os republicanos tentem matar a medida logo à nascença.
De acordo com alguma imprensa norte-americana, alguns legisladores republicanos já estão a preparar uma resolução para terminar com a nova medida. O próprio Donald Trump, o candidato republicano à Casa Branca, garantiu que a “lei louca de veículos elétricos” de Joe Biden vai ser repelida logo que regressar ao poder.
No entanto, e apesar das promessas republicanas, vários dados mostram o crescimento que a venda de carros elétricos tem tido nos Estados Unidos. Em 2023, as vendas destes carros cresceram 54 por cento comparadas com o ano de 2022, de acordo com dados publicados pela Wards Auto Data, uma empresa que recolhe e estuda dados sobre o setor automóvel norte-americano.