A leitura de acórdão do caso de 2,6 toneladas de droga apreendidas na Guiné-Bissau, em setembro, foi adiada para 06 de janeiro, disse hoje à Lusa o advogado Alcides Martins, que representa os cinco suspeitos envolvidos no processo.
De acordo com o advogado, a juíza que conduziu o julgamento já se encontrava na sala da audiência quando foi informada pelos serviços do Tribunal Regional de Bissau (TRB) que não havia condições para a leitura do acórdão.
"Os serviços da Guarda Prisional informaram ao tribunal que estão com poucos homens para garantir a deslocação dos suspeitos das celas para a sala das audiências", relatou Alcides Martins, citando informações recolhidas no tribunal.
A juíza, que preside a um coletivo, marcou para 06 de janeiro, pelas 10:00 horas a leitura do acórdão, adiantou o advogado, realçando que a magistrada "já tinha em mãos" o documento.
Questionado sobre se acredita que o acórdão será lido naquela data, Alcides Martins disse sim.
"Pensamos que não haverá nada que possa impedir a leitura do acórdão", afirmou o advogado, sem, contudo, deixar de lamentar o adiamento da sessão hoje.
O Ministério Público guineense pede penas de prisão de 17 e 20 anos para os cinco suspeitos - um brasileiro, um colombiano, um equatoriano e dois mexicanos -, por terem transportado do México para Bissau mais de 2,6 toneladas de cocaína num avião.
O órgão judicial considera que o caso representa crimes de tráfico internacional de estupefacientes, formação de quadrilha e aterragem ilegal de aeronave no aeroporto internacional da Guiné-Bissau.
Os suspeitos disseram ao tribunal que o avião tinha como destino o Mali e que apenas aterraram em Bissau numa situação de emergência devido à falta de combustível.
Ainda de acordo com o advogado Alcides Martins, o cidadão brasileiro envolvido neste caso continua a aguardar por uma decisão judicial para que possa ser transportado para o seu país para receber tratamento médico.
"Ele precisa de um transplante urgente de coração", observou Martins, referindo que a juíza do TRB aguarda pelo parecer do Ministério Público para autorizar a saída do paciente do hospital Simão Mendes, de Bissau, para que possa viajar.