Abertura das mesas de voto para primeira fase das eleições gerais na Índia

por Lusa
Começaram as eleições gerais na Índia Reuters

Nova Deli, 11 abr 2019 (Lusa) - As assembleias de voto abriram hoje, na Índia, para a primeira das sete fases das eleições gerais no país, com 1,3 mil milhões de habitantes.

Os eleitores primeiras assembleias de voto abriram às 07:00 (02:30 em Lisboa) em 18 estados indianos e dois territórios da União para a escolha dos 543 assentos da câmara baixa do Parlamento indiano, ou Assembleia do Povo (Lok Sabha), para um mandato de cinco anos.

Cerca de 900 milhões de eleitores vão votar em sete fases a serem realizadas em 11, 18, 23 e 29 de abril, e depois em 06, 12 e 19 de maio. Os resultados deverão ser publicados em 23 de maio.

A eleição é vista como um referendo ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e ao seu Partido Bharatiya Janata (BJP).

Apesar de considerado como favorito à reeleição, o BJP não conseguiu vencer em nenhum dos cinco estados indianos que recentemente foram a votos. Estes escrutínios regionais são vistos como um termómetro para o sufrágio geral.

O principal partido da oposição, o histórico Partido do Congresso, da dinastia Nehru-Gandhi, alcançou entre novembro e dezembro vitórias em Chhattisgarh (oeste), Madhya Pradesh (centro) e Rajastão (oeste), fortalecendo a candidatura do seu presidente, Rahul Gandhi, neto da ex-primeira-ministra Indira Gandhi, nas eleições gerais.

Embora a Índia continue a ser uma das economias com um dos crescimentos mais rápido do mundo, o desempenho do Governo de Modi tem sido fortemente criticado.

As promessas eleitorais do Partido do Congresso assentam num plano de criação de emprego e de um programa de subsídios de rendimento para as famílias mais pobres e para os agricultores.

Eleições em sete fases

Em disputa estarão 543 assentos da Assembleia do Povo (Lok Sabha), dos 545 assentos possíveis (dois são indicados pelo Presidente), para um mandato de cinco anos.

Simultaneamente, os eleitores irão às urnas para eleger os governos regionais dos Estados de Andhra Pradesh (sul), Arunachal Pradesh (nordeste), Odisha (leste) e Sikkim (nordeste), deixando de fora Jammu e Caxemira (norte), por requerer um amplo deslocamento das forças de segurança.

Com 29 Estados e sete territórios, a maior democracia do mundo enfrenta a partir de hoje e 19 de maio um processo complicado para o qual serão ativadas um milhão de assembleias eleitorais, 100.000 a mais do que nas eleições de 2014.

O número de eleitores também tem crescido ao longo dos últimos cinco anos, passado de 814 milhões para 900 milhões, o que representa a inclusão de 86 milhões de jovens que vão votar pela primeira vez, de acordo com Comissão Eleitoral da Índia (ECI, na sigla em inglês).

Devido à magnitude dos números, as eleições ocorrerão em sete fases - em 2014 foram nove etapas - a serem realizadas em 11 de abril, 18 de abril, 23 de abril, 29 de abril, 06 de maio, 12 de maio e 19 de maio.

A publicação dos resultados será divulgada a 23 de maio, segundo a ECI.

Mais de dois mil partidos

Há mais de dois mil partidos registados na Índia e entre os principais que vão concorrer neste sufrágio estão o Partido Bharatiya Janata (BJP), que está no poder, e o Congresso Nacional Indiano (conhecido como Partido do Congresso).

O primeiro-ministro Narendra Modi, do BJP, emerge como o candidato favorito para a reeleição, embora em recentes eleições regionais, visto como um termómetro para o sufrágio geral, a sua formação não venceu em nenhum dos cinco Estados que foram a votos.

O principal partido da oposição, o histórico Partido do Congresso, da dinastia Nehru-Gandhi, alcançou entre novembro e dezembro vitórias em Chhattisgarh (oeste), Madhya Pradesh (centro) e Rajastão (oeste), fortalecendo a candidatura do seu presidente, Rahul Gandhi (neto da ex-primeira-ministra Indira Gandhi), nas eleições gerais.

No mês passado, as redes sociais Facebook, Google, Twitter, WhatsApp e ShareChat concordaram em aderir a um código de ética voluntário em colaboração com a Comissão Eleitoral indiana para conter a ameaça de informações falsas, prometendo retirar qualquer informação deliberadamente enganosa no espaço de três horas.

Apesar de alguns partidos regionais indianos terem instituído quotas para candidaturas de mulheres ao legislativo, a lei que reserva lugares para mulheres na política tramita no parlamento da Índia há mais de duas décadas, mas não é aprovado, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.

Para a Índia não é estranho mulheres políticas com poder. A ex-primeira-ministra, Indira Gandhi, dominou a política indiana durante décadas, enquanto a ministra-chefe de Bengala Ocidental, Mamata Banerjee, e o ex-ministra-chefe de Uttar Pradesh, Mayawati, exercem também considerável influência.

Entretanto, esses sucessos não se traduziram num maior número de mulheres no Parlamento. Em 2018, a Índia ficou em 149.º lugar entre 193 nações relativamente à percentagem de mulheres na Câmara Baixa, de acordo com dados divulgados pela União Interparlamentar.

 

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