Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

A análise de Cândida Pinto à entrevista a Zelensky

por RTP

A crítica de Zelensky a Lula da Silva é o reconhecimento de que não conseguiu algo que pretendia, que era o apoio do Brasil para a causa ucraniana. Para o presidente ucraniano, o seu homólogo brasileiro é "um irritante".

Zelensky há "muitos meses que tenta cativar o Brasil para a sua causa", explica a enviada da RTP à Ucrânia, Cândida Pinto, que acrescenta que o presidente ucraniano "já se ofereceu várias vezes para ir à América do Sul e já fez vários convites a Lula da Silva para se deslocar a Kiev. Sempre sem sucesso".

Em relação a Portugal, Zelensky sabe que o país não é uma potência militar e não tem capacidade para enviar F-16, apesar de participar no treino dos pilotos. No entanto, "pode ser importante a nível diplomático, uma vez um abrangente leque de relações diplomáticas".

O presidente ucraniano tem esperança que as "autoridades portuguesas possam ser veículos de influência junto das áreas que falam português".

"Os países africanos que falam português são importantes". Zelensky, que quer realizar uma cimeira para a paz, espera ainda "alguns esforços, por parte de Portugal, para falar com o Brasil".

Os enviados da RTP à Ucrânia encontraram um homem "desgastado por um ano e meio de guerra". Contudo, "mantém a sua boa disposição e é afável".

A entrevista de segunda-feira foi "rodeada por fortes medidas de segurança, uma vez que Zelensky tem a cabeça a prémio".

"É um homem com uma agenda compacta e com reuniões sucessivas, num país que está em guerra".
PUB