A região russa de Krasnodar declarou esta quarta-feira a situação de emergência à medida que a precipitação do derrame de óleo no Mar Negro aumenta perto do Estreito de Kerch, no sul da Rússia. As autoridedes justificam que o petróleo ainda está a aparecer na costa dez dias do incidente com dois navios-tanque.
O desastre remonta a 15 de dezembro quando dois petroleiros russos, o Volgoneft-212 e o Volgoneft-239, foram atingidos por uma tempestade no Estreito de Kerch. Um afundou, o outro encalhou.
Um grupo de cientistas russos vieram agora alertar para as faltas de equipamentos para o procedimento correto das limpezas.
Apesar dos milhares de voluntários que foram mobilizados para remover areia empapada com petróleo das praias próximas, os trabalhos estão a falhar, dizem os especialistas.
“Não há retro-escavadoras, nem camiões. Não há praticamente nenhuma maquinaria pesada”, explicou Viktor Danilov-Danilyan em conferência de imprensa.
Danilov-Danilyan é o chefe científico do Instituto de Problemas Hídricos da Academia Russa de Ciências e ocupou o cargo de ministro do Meio Ambiente da Rússia na década de 1990.
Os voluntários têm apenas “pás e sacos plásticos inúteis que se rasgam”, afirmou.
“Enquanto os sacos esperam na praia para finalmente serem recolhidos, as tempestades chegam e arrastam-nos. Acabam por voltar para o mar. É impensável”, insiste o cientista, alertando que é um trabalho inglório.
Recorde-se que as critícas às entidades de Moscovo não são comuns.
O governador da região de Krasnodar, Veniamin Kondratyev reportou na quarta-feira que quase 30 mil toneladas já foram recolhidas.
Porém, estima-se que perto de “200 mil toneladas de areia podem ter sido contaminadas com petróleo”, declarou o ministro de Recursos Naturais da Rússia, na segunda-feira. Outro especialista, Sergei Ostakh, professor da Academia Russa de Ciências Naturais, acredita que o petróleo poderá chegar às costas da Crimeia muito em breve e pede "uma intervenção rápida".
O derrame pode ser a causa de morte de 21 golfinhos, embora sejam necessários testes adicionais para confirmar o motivo, alegou o centro de resgate de golfinhos de Delfa.