27 gastaram 197 mil ME em Defesa, ao nível de China e Rússia

por Lusa

O ministro da Defesa Nacional salientou hoje que os 27 estados-membros da União Europeia (UE) têm aumentado os investimentos no setor, atingindo 197 mil milhões de euros em 2020, perto das despesas chinesas e acima das russas.

Segundo Gomes Cravinho, "em 2020, a despesa total dos 27 em Defesa foi de 197 mil milhões de euros, mais 15% do que em 2017 e perto do investimento da China e consideravelmente superior ao da Rússia".

O responsável governamental português intervinha na quarta de um ciclo de conferências virtuais sobre a Europa pós-pandemia de covid-19, organizado pela República Checa - que vai liderar a UE no segundo semestre de 2022 -, e à qual se juntou, nesta ocasião, a Presidência Portuguesa do Conselho da UE.

"O grande desafio não é a quantidade, mas a qualidade. Um investimento sustentável e com operacionalidade conjunta", afirmou, citando como exemplo a atual resposta à pandemia de covid-19 por parte das diversas forças armadas do Velho Continente.

Em relação aos EUA, Gomes Cravinho referiu que Portugal tem longas relações bilaterais e partilha com o novo presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, "o grande interesse em manter um [oceano] Atlântico seguro".

"Já defendi, repetidamente, que a muito discutida e, por vezes, confundida ideia de uma autonomia estratégica da Europa tem de significar autonomia para fazer mais na Defesa da UE sempre que precisarmos, mas em parceria com os nossos aliados sempre que possível. Seria um grande erro construir a Defesa da UE como alternativa à NATO ou negligenciar as relações com os EUA", vincou.

Ainda sobre a Europa, Gomes Cravinho começara por defender que "a democracia nunca pode ser dada como garantida" e "a defesa da liberdade é uma luta permanente e intrínseca" ao "modo de vida" do Velho Continente, citando ainda o antigo e falecido chefe de Estado checo Vaclav Havel: "devemos trabalhar em prol de uma coisa porque ela é boa, não só porque pode vir a ser bem-sucedida".

Gomes Cravinho lembrou que o também ex-chefe de Estado e fundador do PS, Mário Soares, tinha "atitude similar" ao 10.º e último presidente da Checoslováquia (1989-1992) e primeiro presidente da República Checa. (1993-2003), com um interrupção devido a doença oncológica.

O escritor e dramaturgo checo recebeu em 1990, precisamente das mãos do amigo Soares, o Grande-Colar da Ordem da Liberdade de Portugal, e viria a morrer em 2011.

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