A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA) alertou hoje que, em média, cerca de 200 palestinianos abandonam a cada hora a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
A informação surge numa altura em que as forças israelitas tomaram o lado palestiniano da passagem de Rafah, que liga o enclave ao Egito e constitui um dos principais pontos de entrada da ajuda humanitária na região.
O comissário geral da agência, Philippe Lazzarini, sublinhou a importância de se chegar a um acordo entre as partes para alcançar um cessar-fogo na zona e alertou para a "ansiedade" causada pelos últimos avanços do exército israelita na zona, que estão a obrigar a população a continuar a deslocar-se face ao aumento da violência.
Lazzarini especificou que a maior parte dos palestinianos que abandonam a zona se dirigem para a cidade de Khan Yunis -- já duramente atingida no passado pelas forças israelitas no âmbito da sua ofensiva -- e para outras zonas do centro da Faixa de Gaza.
No entanto, a UNRWA não consegue confirmar o número total de deslocados até à data.
"A ausência de um cessar-fogo significa mais perda, dor e luto, e afasta as pessoas da paz de que tanto necessitam", afirmou Lazzarini numa mensagem publicada na conta pessoal na rede social X.
A agência, que lamentou que os civis "não estejam a receber qualquer tipo de ajuda", estima que cerca de 1,5 milhões de palestinianos deslocados vivam atualmente em Rafah.
A UNRWA declarou que "tem havido bombardeamentos contínuos na área durante o último dia", classificando a situação de "desastrosa".
"Ninguém está seguro em Gaza", sublinhou a UNRWA, referindo que as suas instalações foram atingidas 368 vezes desde o início da guerra.
"As vidas dos civis devem ser protegidas em todos os momentos. Os trabalhadores humanitários não são um alvo", sublinhou.
O exército israelita, por seu lado, instou os residentes da parte oriental da cidade a abandonarem a zona, à medida que aumentam os receios de uma operação militar total no terreno.
As forças israelitas insistiram que conseguiram destruir túneis e instalações militares pertencentes ao Hamas.