2 de Agosto: esgotados os recursos naturais disponíveis para 2017

por RTP
Ambientalistas da Greenpeace colocam uma máscara em estátua em Berlim, contestando o aumento da poluição no ar. Hannibal Hanschke - Reuters

O dia em que o Mundo atinge o limite do uso sustentável de recursos naturais para esse ano chega cada vez mais cedo. Em 2016, esse dia chegou a 8 de agosto. Este ano, esgotamos os recursos naturais a 2 de agosto.

A última vez que a Humanidade respeitou o orçamento natural anual foi em 1970. O “cartão de crédito” ambiental está a esgotar-se cada vez mais cedo no calendário, alerta a associação ambientalista ZERO.

O Overshoot Day, o dia em que é atingido o limite do sustentável, “indica-nos que estamos a forçar os limites do planeta cada vez com maior intensidade, uma tendência que é urgente mudar para o bem da Humanidade e da sua qualidade de vida”, alerta a ZERO em comunicado.

Portugal é contribuinte ativo do problema. Se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica, seriam necessários 2,3 planetas para aguentar o esforço ambiental.

Em Portugal, as atividades que mais contribuem para a pegada ecológica são o consumo de alimentos (32 por cento da pegada global do país) e a mobilidade (18 por cento da pegada). Pontos críticos que podem ser alvo de intervenção.
Reduzir o défice ambiental
Mudar os estilos de vida é importante, mas a pegada é tal que necessita de ação política e das empresas.

A ZERO aponta alguns caminhos de mudança. Entre eles, o que se chama Economia Circular: utilizar e reutilizar ao máximo. Ou seja, abandonar o paradigma de “usar e deitar fora” e passar a reutilizar.

Outro caminho passa por alterar a dieta alimentar, com a redução do consumo de proteína animal, de alimentos processados e um aumento do consumo de hortícolas, frutas e leguminosas secas. E, já agora, optar por comprar produtos locais ou, pelo menos, nacionais.

A mobilidade sustentável pode ser um motor poderoso de mudança. Pelo uso cada vez maior dos transportes públicos, pela partilha de boleia ou pela criação de infraestruturas e condições que permitam a mobilidade suave para andar a pé ou utilizar a bicicleta.

O custo-benefício entra sempre nas contas de qualquer um de nós. Por isso, diz a ZERO que não faz sentido que quem quer ser sustentável tenha de ser penalizado em termos de preço ou de dificuldade no acesso aos bens necessários.

“É importante que o preço a pagar seja justo, mas é muito importante que as soluções menos sustentáveis sejam penalizadas, ao mesmo tempo que as opções sustentáveis são incentivadas”, refere a associação.
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