Num artigo publicado esta quinta-feira, a CNN descreve os vários momentos vividos desde que a Casa Branca soube que um ataque iraniano estava para acontecer em bases norte-americanas no Iraque até à decisão final de Trump sobre a resposta dos EUA. Foram horas tensas, com vários canais diplomáticos a trocarem mensagens entre os dois países de forma a evitar uma escalada de violência. Em cima da mesa esteve mesmo um ataque norte-americano ao Irão.
Já era esperado, e acabou por acontecer. Satélites norte-americanos detetaram sinais, do Irão, de que estava em curso um ataque com mísseis balísticos de curto alcance.
Por essa altura, escreve a CNN, a administração Trump sabia que isso iria acontecer. O Iraque, que tinha sido informado pelo Irão da ação, informou igualmente a Casa Branca.
Em simultâneo, os norte-americanos intercetaram comunicações iranianas e, também com a ajuda de aviões na zona, identificaram de imediato quais as bases que iam ser atacadas - al-Asad e Erbil.
Em pouco minutos, diz a CNN, militares nessas bases foram alertados. Já estavam em alerta máximo e rapidamente foram deslocados para zonas seguras em bunkers.
Às 19h30 (hora norte-americana), já era oficial. O Irão tinha lançado um ataque com dezenas de mísseis contra bases militares norte-americanas no Iraque.
Uma hora depois, líderes do Congresso norte-americano foram informados sobre o que tinha acontecido. Nancy Pelosi, presidente da Casa dos Representantes, foi informada sobre a situação pelo vice-presidente Mike Pence, diz a CNN. Líderes do Partido Republicano foram informados pelo próprio Donald Trump.
Nesta altura, a movimentação nos corredores do Pentágono era enorme, com encontros do Secretário da Defesa Mark Esper com altos oficiais.
Esper tentou falar diretamente com o primeiro-ministro iraquiano, sem sucesso. Conseguiu mais tarde, escreve a CNN, através do ambaixador iraquiano em Washington, que conseguiu juntar os dois numa chamada telefónica.
Pouco depois, Esper e o General Mark Milley, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas norte-americanas, seguiram para a Casa Branca.
Pouco depois, ja na residência do Presidente norte-americano, os dois juntaram-se ao Secretário de Estado Mike Pompeo. Estão a caminho da Situation Room onde, em conjunto com Trump, conselheiros de Segurança Nacional e a diretora da CIA Gina Haspel, em teleconferência, avaliaram os danos provocados pelo ataque ao mesmo tempo que colocavam em cima da mesa os vários cenários de resposta.
Tiveram como primeiro objetivo avaliar se tinha havido vítimas entre os militares norte-americanos. Nesta altura, conta a CNN, Trump estava pronto para tomar a decisão de atacar o Irão.
Os sinais que chegavam à Situation Room eram de que o Irão tinha disparado poucos mísseis dos milhares que têm no seu arsenal. Ataques anteriores, com a assinatura de Teerão, indicavam que o país consegue atingir alvos com enorme eficácia e precisão, pelo que, se quisessem, poderiam ter provocado várias baixas. O que não teria acontecido neste caso, propositadamente.
Por esta altura, Donald Trump diz que quer falar aos norte-americanos e, escreve a CNN, começa a ditar as linhas gerais do que o seu discurso deve conter.
Com mais informação disponível, Trump escreve no Twitter, pelas 21h45 (horas locais) que "Tudo está bem!!!!", dando a indicação de que não há vítimas norte-americanas.
De acordo com a CNN, ainda na noite de terça-feira, mas também ao longo da manhã de quarta-feira, o Irão manteve contactos com os EUA através de canais diplomáticos, nomeadamente suíços, mas não só.
A mensagem que o Irão estava a querer fazer chegar à Casa Branca era a de que aquele ataque seria a única resposta à morte do general Qassem Soleimani.
Só por volta da 1 da manhã em Washington chegou a confirmação total de que não houve baixas norte-americanas. Ao longo do resto da noite, a equipa de Segurança Nacional trabalhou em várias respostas dos EUA ao ataque iraniano, incluindo mais sanções ao país.
Quarta-feira de manhã, escreve a CNN, voltaram a reunir com o Presidente Trump que foi uma vez mais colocado a par de toda a situação e dos cenários de resposta que foram entretanto elaborados.
Foi nessa altura que Trump tomou a decisão de avançar com sanções. Coloca de parte uma reação militar.
O presidente norte-americano começa nessa altura a fazer alterações ao discurso que lhe tinha sido preparado, com a intervenção constante do Secretário da Defesa Esper e o Secretário de Estado Mike Pompeo.
Acertos de última hora que acabaram por atrasar em cerca de meia-hora o anúncio ao povo norte-americano e ao mundo sobre o que tinha acontecido e o que os EUA iriam fazer.