ZONA MISTA (Paulo Sérgio)
Este ano tenho sido um frequentador assíduo das zonas mistas, já que o facto de este ser um evento concentrado numa só cidade, à semelhança do que acontece com os Jogos Olímpicos, tem-me permitido tentar conversar com os treinadores e jogadores que mais me interessam e, por consequência, mais interessam aos ouvintes da Antena 1.
Foi por isso que estive nas zonas mistas despois do Bélgica/Canadá e do Irão/Gales, com a primeira a ser muito mais concorrida que a segunda. Do lado dos jogadores belgas, percebi a importância de falarem paras as televisões belgas, e ainda de falarem, os que jogam em Espanha, para as rádios e televisões do país vizinho. Por exemplo, o guarda-redes Courtois que só parou junto da televisão da Bélgica, recusou todas as conversas até parar junto de um grupo de jornalistas das rádios espanholas ou não fosse ele jogador do Real Madrid e já falar um muito razoável castelhano. O mesmo se passou com os jogadores do País de Gales que falaram à BBC Rádio e televisão e que depois foram embora.
A minha coroa de glória foi com os canadianos Steven Vitória e principalmente com Eustáquio. O jogador do FCPorto não quis falar para mais ninguém a não ser para Portugal, em língua portuguesa, o que muito me encheu de orgulho. O mesmo se passou com o treinador do Irão, Carlos Queiroz que depois da conferência de imprensa veio à zona mista para, em português, conversar com os dois jornalistas lusos que lá estavam, entre os quais eu. Gostei de ambas as atitudes e só por isto espero que cheguem longe neste mundial de futebol.
Já a zona mista da seleção portuguesa é outra coisa muito mais complicada porque tem Ronaldo e alguns dos grandes jogadores que andam por este mundial. Por isso está ao nível das grandes seleções do mundo da bola. E por causa disto prometo voltar a este tema, porque também consoante a dimensão da equipa as diferenças são notórias.