O primeiro-ministro afirmou hoje que os responsáveis políticos portugueses estarão no Campeonato do Mundo de Futebol, no Qatar, a apoiar a seleção nacional e não a violação dos direitos humanos ou a discriminação das mulheres nesse país.
Esta posição foi defendida por António Costa numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, em São Bento, depois de questionado sobre a polémica de o Presidente da República, o próprio primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República se deslocarem ao Qatar para acompanhar a seleção portuguesa de futebol.
"O campeonato do mundo é onde é. Todos temos uma posição sobre o que é o Qatar, mas aquilo que faz com que a nossa seleção esteja no campeonato do mundo é por ser uma das poucas que conseguiu ser apurada", começou por alegar António Costa.
Depois, o primeiro-ministro separou política e futebol, mantendo a ideia de Marcelo Rebelo de Sousa, ele próprio e Augusto Santos Silva assistirem a jogos de Portugal no Qatar.
"O campeonato do mundo é lá [no Qatar] e quando formos lá não vamos seguramente apoiar o regime do Qatar, a violação dos Direitos Humanos no Qatar e a discriminação das mulheres no Qatar. Quando formos lá, vamos apoiar a seleção nacional, a seleção de todos os portugueses, a seleção que veste a bandeira", sustentou.
Mas o líder do executivo foi ainda mais longe em defesa deste princípio relacionado com o apoio incondicional à seleção nacional.
"Apoiamos no Qatar, em França, na Índia, na China, na Rússia. Apoiamos onde a seleção estiver. É a nossa seleção. E nós estamos sempre com a nossa seleção, porque a seleção veste a nossa bandeira", frisou.
Depois, António Costa introduziu uma nota de humor, dizendo que "a única divergência com o Presidente Lula da Silva é quem vai ganhar na final".
O primeiro-ministro português teve resposta pronta da parte do Presidente eleito do Brasil.
"Posso dizer humildemente que, depois de 20 anos, chegou outra vez a altura de o Brasil ser campeão do mundo. O Cristiano Ronaldo não está a jogar como há 15 anos", acrescentou.